25 Apr 2024

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
Lido 475 vezes
Avalie este item
(0 votos)

Na nossa cidade de São Bernardo nos dias de hoje o carnaval morreu.
Em nossa reunião na Casa da Memória, ouvimos muitos depoimentos sobre os carnavais de ontem e os de hoje. Sobre isso nosso diretor Jorge fará a matéria esta semana. Procurem aqui no jornal. O maestro Conceição levou alguns dos músicos que tocam e cantam com ele, todos com mais de setenta anos. Ficamos sabendo pelo cantor André, também chamado o Embaixador do Carnaval, a verdadeira história dos carnavais. Foi muito interessante.
Bom, não vou entrar na matéria do Jorge, apesar dos dedos no teclado estarem agulhando.
Vamos a minha história. Meu pai era muito brincalhão, mas não gostava de carnaval em salão. Eu e minhas irmãs e primas já mocinhas, fomos uma noite na Associação Italiana. Quem nos levava aos bailes era minha avó Assumpção, mas nesse dia quem nos acompanhou foi minha mãe Odette. Lá pelas uma hora da manhã, chegou meu pai para nos buscar. Assim acabou com nossa alegria. Achou melhor continuar indo com a família nesses feriados para a Praia Grande. Aí sim, participava. Íamos para os corsos em São Vicente levando confetes, serpentinas e farinha de trigo. Sem esquecer de comprar caixas de lança-perfume. Ele então colocava um vestido da mamãe. Íamos sentadas sobre o capô do carro, cantando e nos integrando com outras pessoas desconhecidas. Adorávamos o geladinho do lança perfume em nossas peles, até que o governo descobriu que algumas pessoas faziam dele uma droga, os colocando sobre os lenços (que eram muito usados antigamente) e aspirando o perfume do éter com que eram quimicamente feitos.
Quando comecei a namorar o meu Theo, ele nos acompanhava no carnaval. Meu pai dizia que agora era a vez dele. E lá ia ele sobre o capô do carro vestido com roupas de minha mãe que nele ficavam como uma mini saia.
Mais tarde em Itanhaém, meus filhos e amigos enterravam, nas férias de janeiro, caixas de ovos sob a areia, no terreno atrás de nossa casa. No carnaval ficavam escondidos atrás da cerca ripada e árvores, atirando esses ovos podres nos ocupantes dos trenzinhos abertos que circulavam. Mas também já vinham outros “moleques” nesses trenzinhos com suas armas em forma de ovos. Até que um deles atingiu o condutor quando então a polícia foi chamada. Foi aí que descobrimos o que os meninos aprontavam.
Não havia nada de mais grave. Os jovens iam aos bailecos nos clubes, sabendo as letras de músicas de antigamente, sem saber que hoje elas são chamadas de homofóbicas. Os adultos frequentavam os bailes noturnos, sempre uma festa de encontro de amigos.
E continuamos com as músicas antigas na memória…O Teu Cabelo Não Nega.... Olha a Cabeleira do Zezé…Mamãe eu Quero...Ó Abre Alas.... Ala-laÔ... Daqui Não Saio...Acorda Maria Bonita...Cachaça Não é Água...Está Chegando a Hora...Máscara Negra...Cidade Maravilhosa... e por aí vão as lembranças...
Aqui na cidade o carnaval morreu. Concordo que, com a atual situação do país, nossos governos têm que dar prioridade ao uso do que arrecadam, em obras que envolvam saúde educação, etc.
Os carnavais de salão são poucos em todo o país. O forte do carnaval hoje são os blocos. Infelizmente é preciso muito cuidado com as carteiras e celulares, pois os mau caráteres se introduzem no meio do povo os afanando.
E vamos vivendo mais um carnaval...alguns descansando na praia ou no campo, viajando, ou mesmo acompanhando por uma TV.
FELIZ CARNAVAL!
Um abraço, Didi

Folha Do ABC

A FOLHA DO ABC traz o melhor conteúdo noticioso, sempre colocando o ABC em 1º lugar. É o jornal de maior credibilidade da região
Nossa publicação traz uma cobertura completa de tudo o que acontece na região do ABCDM.

Mais nesta categoria: Assédio... e... »

1 Comentário

Deixe um comentário

Make sure you enter the (*) required information where indicated.Basic HTML code is allowed.

Main Menu

Main Menu