Cada dia que passa as crianças mais perdem o costume de ter livros nas mãos... e os lerem.
É muito mais fácil estarem com os celulares e os tabletes ao seu lado,na mesa ao computador, baixando o que as escolas recomendam ou algo pelo prazer delas mesmas, a um livro de papel ser manuseado. É importante que os pais acompanhem o que fazem nesses seus mundinhos fechados, pois temos visto muitos problemas quando esses jovens não compartilham nada com os pais.
Bom, você tem que pagar para ter acesso a determinados títulos. Assim as editoras vendem a matéria mais barata, e a cada dia têm mais dificuldades e desinteresse em lançarem livros.
Sei pelo que minha editora Melhoramentos me passou. Hoje você entra na internet e pede, por exemplo, um bolo de chocolate. Aparecem centenas de receitas com os mais diferentes recheios e coberturas.  Qual interesse então elas têm em gastar milhares de reais e ver um título em uma prateleira de uma loja?
Assim as livrarias estão tendo muita dificuldade em se manterem. Aqui em São Bernardo temos a Saraiva nos Shoppings Metrópole e Plaza ABC. Eu gosto de ler tendo os livros nas mãos. E gosto de romances. Não durmo sem antes ter uma história que me leva para outras regiões, outras vidas.
Uma amiga do Rio me disse que na semana passada foi procurar um livro que eu havia recomendado e descobriu que Copacabana não tem mais nenhuma livraria.
Aqui na cidade a nossa tradicional revistaria da Praça da Matriz está fechada e, desculpem, um visual horrível. Durante muitos anos os proprieários a mantiveram funcionando, mas hoje, o prejuízo não compensa. Fui comprar uma Seleções numa das Saraivas, mas o atendente falou que não têm mais revistas. Dependendo do livro que queira, tem que ser encomendado. O que será do futuro de uma geração que não foi acostumada a saber o que é um livro?
Um oftalmologista me disse que aos poucos, devido a claridade dos celulares e tabletes, os olhos serão muito afetados.
As bibliotecas aqui da nossa cidade têm feito um trabalho muito bonito, reunindo as crianças, encenando histórias e as fazendo amar os livros.
Na semana passada tivemos a primeira atividade da AME (Associação dos Amigos da Memória), recebendo na Casa da Memória, 46 crianças da EMEB Regina Rocco, que nos visitaram acompanhadas pelos professores, fazendo nos relembrar com suas perguntas, sobre o que fazíamos como crianças no passado. Nos deixaram impressionados pelo interesse que demonstraram. Nos presentearam com cartões com um texto sobre o que desenharam.
Crianças com 9 e 10 anos, muito educadas e atenciosas. Assim, a escola está de parabéns por essa iniciativa em também incentivar os pequenos a respeitar os mais velhos e se interessar pelo passado da cidade, unindo essa oportunidade ao escrito e a leitura.
Vamos torcer para que essa nova geração cresça tendo um livro em suas mãos.
Um abraço, Didi
PS- Como disse, gosto de ler romances. Atualmente li os da autora irlandesa Lucinda Riley (Comecei pelas ”Sete Irmãs”) e agora, da americana Kristin Hannah (estou adorando), esta por recomendação de uma funcionária da Livraria Saraiva. Em meus livros coloco meu apelido Didi, a estação em que o li (ex. Verão de 2019) e “V V”, significando vai e vem, pois assim posso ir emprestando para as amigas. As editoras com certeza não gostam disso...