16 Apr 2024

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
Lido 6409 vezes
Avalie este item
(1 Voto)

Celulares… Só tivemos acesso a eles quando já tínhamos os filhos criados e casados. Eles saiam aos encontros à noite com os amigos e nós não sabíamos onde estavam. Eu, com três filhos homens, ia ver pela manhã se estavam na cama. Graças à Deus sempre estavam.
Hoje? Soube até de um site onde aparece um mapa onde os filhos estão. Muito útil para quem os quer vigiar e tem que os buscar em algum local.
Mas, o que então fazíamos quando crianças? Brincávamos, e muito e aproveitávamos a vida criando, inventando. Vamos lá....
Fora das brincadeiras comuns, além de subir nas árvores para pegar os frutos, nos equilibrarmos e pularmos os muros, tenho mais memórias de coisas diferentes.
Meu irmão, o mais velho dos 5 filhos construiu no quintal de nossos pais, uma casinha de madeira com dois ambientes. Lá brincávamos com as irmãs, primas e amigas com bonecas, panelinhas, coisas de nosso tempo. Já meu irmão, lógico, com a gente, montou um “laboratório” com animais conservados em álcool, em vidros fechados. Cobras, lagartos, aranhas... Hoje acho uma judiação, mas naquele tempo, como “cientistas” que nos julgávamos, tínhamos chapas de madeira, um com borboletas e outro com insetos que eram presos com alfinetes. Cada novo espécime encontrado era uma comemoração. E no fogão de barro, fazíamos bananas assadas e de vez enquanto meu irmão fazia bolinhos de barro dando aos menores para comerem...bem danado...
Meu irmão também fazia pequenos caminhões de madeira e montou uma oficina de consertos de bicicleta. Ganhava assim uns trocados, numa época que não se tinha idade para trabalhar.
E o que colecionávamos? Lápis: antigamente eles vinham com a propaganda de alguns setores do comércio. Assim, meu pai nos dava um pacote deles com o logotipo da Fábrica de Móveis. Eu os trocava por ou-tros de amigos. E mais: caixas de fósforo, embalagens de maços de cigarro, chaveiros, enfim, tudo era motivo para trocarmos e ampliarmos nossas coleções.
Meu tio Tede, irmão de meu pai, fez um empréstimo a alguém, que sem chance de poder pagar, entregou uma coleção de moedas antigas de vários países do mundo. As deu para meu irmão. Enchiam uma grande gaveta. Vinham em pequenas sacolas, identificadas e de tecido incomum. Cada uma contava a história do lugar de onde vieram. Lógico que as irmãs, ele sabendo e... não sabendo, colocávamos sobre a cama e íamos relembrando parte dos acontecimentos desses países. Assim fiquei com moedas da Revolução Francesa, onde em uma estava escrito o ano e “Les Misérables”, da Índia: “Queen Ana”(?), um dólar de prata americano de 4 cm. de diâmetro (essa tenho) assim como muitas outras, inclusive com o buraco quadrado no meio, as japonesas e chinesas. Uma dessas até adaptei numa corrente de prata que eu usava como colar.
Bom... mais tarde, meus filhos colecionavam selos, cédulas de dinheiro antigo e muitas das coisas que eu já havia feito em meu tempo. Nessa época, não haviam as garrafas pet ou descartáveis. Eram todas de vidro (muito mais saudáveis). Assim, em uma comemoração lá em casa, lá fui eu pegar as caixas com os cascos e não havia nenhuma. Tinham trocado na Praça Lauro Gomes, assim como minha coleção de moedas, para aumentar as coleções deles. Senti mais pelas moedas, pois essas nunca mais recuperei.
E os álbuns de figurinha? Esses nós todos os tínhamos. Eram vários por ano: times de futebol, meios de transporte, atores, cidades do exterior e do Brasil, flores, pássaros, etc. Comprávamos nas bancas de revistas aos pacotinhos. Não queríamos mais nada de presente. Cada pacote aberto era uma sensação. As repetidas iam para o jogo do bafo. Sempre tinha alguém especialista no jogo de quem os outros fugiam. E tinha aquilo: a figurinha difícil era trocada por 10, 20 ou até 50 outras mais. Os pais também se empolgavam com essas coleções. Algum álbum preenchido dava direito a um prêmio. Assim o amigo, hoje marido de uma amiga, levou uma panela de pressão para a mãe. Esta semana minha irmã fazendo hora em uma clínica, em Santo André, num bate papo com outro paciente, este lhe contou que descobriu entre os velhos pertences, um álbum de cidades do Brasil em que faltavam duas figurinhas do Nordeste. Pois indo para lá fotografou os locais e, 50 anos depois, completou seu álbum. Hoje vemos os pequenos, as meninas colecionando álbuns de princesas e os meninos de super heróis.
Boa opção para preencher o tempo...Boa semana...Um abraço, Didi

Folha Do ABC

A FOLHA DO ABC traz o melhor conteúdo noticioso, sempre colocando o ABC em 1º lugar. É o jornal de maior credibilidade da região
Nossa publicação traz uma cobertura completa de tudo o que acontece na região do ABCDM.

Mais nesta categoria: Semana Santa »

366 comentários

Deixe um comentário

Make sure you enter the (*) required information where indicated.Basic HTML code is allowed.

Main Menu

Main Menu