23 Apr 2024


Em agosto...Festa de São Bartolomeu

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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Dia 24 de agosto é comemorado o dia de São Bartolomeu. Aqui em São Bernardo a colônia italiana se reúne para cultuar o Santo Padroeiro no último domingo do mês de agosto. Este ano será no dia 25. Essa tradição começou em 1958 quando, na pequena capela do Riacho Grande foi rezada a primeira missa.
Nos anos 50, quando foi formado o Parque Municipal da cidade, os moradores lá se reuniam nos quiosques para fazerem piqueniques e brincadeiras como corridas nos sacos, ovos nas colheres, etc. Os italianos, depois de muito vinho feito em casa, relembravam as canções da terra natal. Um desses encontros era na segunda feira após a Páscoa quando era comemorada a Pascoela, ou Pasqueta, que antigamente era feriado aqui na cidade devido o grande número de imigrantes italianos.
O parque era o ponto de encontro dos amigos. Um grupo deles liderados pelo Padre Fiorente Helena, Primo, Saulle e Ernesto Bechelli, Sétimo Guazelli e Eduardo Sanntucci, resolveram construir uma igrejinha no alto do morro, mas fora da área do Parque. Pediram a permissão ao prefeito do município e puseram “mãos na obra”. Sétimo demoliu uma casinha na Vila Duzzi e levou para lá tijolos e outros materiais que poderiam ser aproveitados. Os outros amigos também foram fazendo doações. O caminhão não tinha como chegar até lá no alto do morro, assim tudo foi carregado pelas mãos.
O Padre Fiorente foi à Itália e trouxe uma urna de castanheira com a terra tirada dos túmulos de alguns dos antepassados dos italianos que emigraram acrescentando mais terra dos que aqui estavam enterrados. Essa urna fica até hoje guardada na capela que foi tombada pelo município. Este ano a capelinha comemora 62 anos.
A festança começa às 10 horas quando é rezada a missa falada em italiano. Descendentes levam o carvão e a lenha, simbolizando o objeto do trabalho do passado deles. A cesta com a uva e o pão, o sangue e o corpo de Cristo. A vela, a luz e a fé da família. A urna... seus antepassados.
Na missa inaugural, o hoje seresteiro e cantor Nello Rosa foi um dos coroinhas presente. Hoje ele faz parte do coral Bichieri D’Oro que abrilhanta o evento.
Hoje não existem mais os quiosques que foram derrubados pela administração anterior da cidade e sempre sendo prometido que outros mais modernos seriam construídos. Ficou na promessa. Mas desde o ano passado a atual administração construiu um grande  espaço coberto para os italianos, seus descendentes e amigos se reunirem. Outras famílias montam suas tendas. Ao meio dia começa a comilança dos quitutes levados pelos amigos e o vinho que é feito pelos descendentes mais jovens que são vinicultores na cidade, e servem o delicioso líquido à vontade aos participantes. Tem sempre também um Cambuci na pinga. Como toda festa italiana, o dia segue com as canções italianas sendo entoadas e o ritmo da dança coloca todos numa alegria esfuziante.
Essa reunião dos primeiros moradores da cidade, é a reunião não só dos italianos, mas de todos batateiros que fizeram desta cidade seus lares.
Leve seu vinho, água, refrigerante, seus comes e se tiver, seu violão ou acordeão e faça parte desse evento único da cidade.
Uma poesia de Ernesto Bechelli quando da comemoração dos 50 anos da capelinha.
     
Festa de São Bartolomeu
Sentir o tempo/ caminhando entre/ vozes e cantos/ abraços e choros/ missas e lembranças/ reunindo ao/ redor daquela/ pequena capela/a viva memória/da Chiozza de outrora/ com “São Bartolomeo”/ presente na vontade/ do Padre Fiorente/  e dos que das suas/ terras partiram, trazendo mãos e pés/ sonhos e fé,/  para construírem/ raízes e famílias/ neste chão de serra/  carvão e terra,/ com polenta e vinho,/ massa, torta e carinho...
Final de agosto/ o domingo chega,/ o Riacho é Grande/ a represa cerca.../e lá no alto/ o sino toca/  o altar se prepara/ o coro canta,/ a mesa se faz,/  a partilha começa/ e o italiano une:/ nonno e prima/ mamma e filho/ fratello e neta/ zia e amigos.../ para celebrarem/ a vida cheia de vidas/ que foram e estão/ presentes em cada/ lágrimas e riso/ entranhadas nesses/ CINQUENTA ANOS/ de Festa que nesta/hora soam e ecoam/  um “quel mazzolin di fiore”/ cheio de esperança/ e eternidade/ de uma saga gar-fagnina/ que pulsa toda nossa/ emoção e alegria/ de sempre querer/ lembrar e viver/ este momento...

Ernesto Bechelli- Itanhaém- 26/08/2007

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