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Histórias e “Causos” do Alberto, sua família, seus amigos (II)

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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O peixe
Eu devia ter uns 10 anos. Estávamos na casa da Praia Grande. Alberto comprou uma grande tainha e colocou em uma sacola sem ninguém perceber. Pegou uma vara de pesca já com linha e anzol e levou-me para o mar carregando a sacola. Quando eu tinha a água no nível da cintura, ele disfarçadamente colocou o peixe no anzol... banhamos a tainha durante um tempo. De repente, aos gritos puxávamos o peixe do mar. Fazíamos uma algazarra, chamando atenção de quem caminhava na praia. Disfarçadamente, fazia que retirava o peixe do anzol, dentro da sacola que eu segurava. Passados alguns minutos, repetíamos a pantomima. Depois de uns 10 peixes “pescados”, eu deixava a sacola cair no mar. Sobrava só uma tainha na sacola. Ele saia da água brigando em altos brados comigo, e eu, dizendo que foi sem querer.
Mais tarde vimos vários pescadores com suas varas no mar, inclusive meu avô Tavares, em seu bermudão e com o charuto na boca.
Tempos depois o Ernesto Mazzaropi contou-me que ele aprontou essa com amigos em outras praias.
 
Umbanda
Desde 1948, nós tínhamos casa na Praia Grande. Mais ou menos em 1954-55, uma casa de Umbanda de S. Vicente, começou a fazer encontros na praia, bem em frente à nossa casa. Foi a primeira vez que tivemos conhecimento da religião dos umbandistas. Foi uma novidade. Durante o dia, a montagem de altares com muitas flores. Chegando à noite, um movimento de carros como nunca havíamos visto por lá. O Alberto logo foi se informar quando seriam os outros encontros. Contaram que quando a bandeira estivesse desfraldada na sede, na semana seguinte teria o encontro e que a praia escolhida seria sempre aquela, devido o pouco movimento. A mãe de santo que comandava, era uma loura, que disseram ser uma francesa. Corria livremente pinga e charutos na roda que se formou ao redor do altar.
Não deu outra. Certo fim de semana o pai disse que iria para a praia com os amigos. Depois, ficamos sabendo. Ele e o amigo e compadre Bambach, fingiram que estavam “tomados”, e entraram para a roda, se servindo da pinga e dos charutos. A loura, porém, logo percebeu e os pôs para correr.
 
A magnésia
Quem se lembrou desta foi o Zé Nardini. Durante uma viagem para Ourinhos, aonde ia muito caçar, um dos integrantes da turma era o Cruz (sogro do Tito Lima). Na hora do café da manhã, o Alberto misturou ½ copo de leite com ½ copo de leite de magnésia achando que quem tomasse, logo perceberia o gosto diferente. O Cruz bebeu e não percebeu o estranho sabor. Terminando o café, foram todos ao barbeiro, que em cidade do interior, é logo ali. Na metade da barba do Cruz, com um lado escanhoado e o outro não, levantou-se da cadeira e rumou para o hotel, com toalha e tudo pendurado, feito uma bala... Tadinho...
Bambach, o lutador
Viajando pelo interior de S.Paulo, os amigos pararam em uma pequena cidade para pernoitar. Tinha um cirquinho, daqueles que percorrem as pequenas cidades. Aquela noite ia se apresentar um “famoso” lutador. Depois da apresentação, o apresentador, convidou quem da plateia queria lutar com o imenso campeão.
-Eu quero! Gritou o Bambach, com os amigos surpresos, apesar de que, também, ele era um homem imenso..., mas que não matava nem uma mosca.
Ele subiu ao ringue, e disse que lutaria no dia seguinte, pois já tinha jantado e sentia o estômago pesado. Convidou a todos para retornarem no outro dia.
Dia seguinte, às 6 horas da manhã, todos os amigos já estavam na estrada.
 
Os cogumelos
Antigamente não se achava cogumelos para comprar. Tinha-se que conhecer muito bem para trazê-los da mata. O Sr. Albino, funcionário do Posto de Saúde de nossa cidade, disse que iam ao Montanhão ou a Serra do Mar, procurá-los. A primeira vez que o Alberto levou o primo Tico na colheita, disse a ele que os cogumelos cresciam nas árvores... lá foi o rapaz subindo em todas elas, a procura dos deliciosos fungos. Os amigos se divertindo em baixo com a judiação que faziam ao Tico. (Continua)

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