18 Apr 2024

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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Esta semana, ao eu dizer essa frase, fui procurar pelo texto abaixo que já escrevi há alguns anos.
“Fui a um supermercado e ao chegar à caixa falei: Esqueci a manteiga! A menina me disse para eu ir pegar. Respondi: “Agora Inês é morta! ”
Ante o espanto da caixa eu lhe disse que isso era um dito popular português que significa: Tarde demais... já era...
Como não havia fila, perguntei se ela queria conhecer a história de Inês. Assentindo, fui lhe contando, duma maneira mais simples do que o transcrito aqui: No século XIV, no ambiente medieval europeu, nasceu em 1320 o príncipe Pedro, filho do rei Afonso IV. Por imposição da corte que fazia arranjos políticos na época, lhe foi destinada para esposa a jovem Constança Manuel, descendente de monarcas europeus. Casou-se sem amor. No séquito da esposa veio sua dama de companhia de nome Inês de Castro, jovem de grande beleza que encantou o Infante Pedro. A esposa lhe deu um herdeiro e mais dois filhos, morrendo no parto do quarto filho, em 1345. Pedro sofria com a ausência de Inês, devido a corte a ter expulsado do palácio, uma vez que seu relacionamento com ela, escandalizava os nobres. Mesmo assim os amantes continuaram a trocar cartas apaixonadas. Ficando viúvo o príncipe com 24 anos trouxe sua Inês de volta instalando-a em um palácio em Coimbra. Em 1347 ela deu à luz o primeiro de quatro filhos. Como ela não era descendente de nobres, o povo e a corte não viam a união com bons olhos. Dom Afonso, ouvindo seus conselheiros que diziam que a situação só se resolveria com a morte de Inês, aproveitou a ausência de Dom Pedro, que estava numa caçada, e invadiu a casa de Inês para matá-la em 1355. Devido às súplicas da mãe junto aos seus filhos, o rei se afastou e deixou o trabalho para seus asseclas que, violentamente e covardemente a degolaram, enterrando-a na Igreja Santa Clara. Pedro retornando ficou inconsolado e declarou guerra ao pai, situação que persistiu por muitos meses com muitas mortes até que, pela ação de sua mãe, foi assinado um termo de paz.
Em 1357, com a morte de Dom Afonso, Pedro subiu ao trono. Obcecado pela reparação do triste fim de sua amada, fez de Inês de Castro sua rainha, dizendo que havia se casado com ela em segredo. Aos dois algozes que a haviam matado ordenou que fossem mortos sendo retirados seus corações, um pelo peito e outro pelas costas. Diz a história, ou a lenda deste seguinte fato: que o rei Pedro vestiu o cadáver de Inês com vestes de rainha, colocando-a sobre o trono e fazendo com que todos a reverenciassem beijando-lhe a mão.
Ordenou que fossem feitos suntuosos túmulos de mármore branco. Um ao lado do outro. Quando ele faleceu em 1367 finalmente ficou com sua Inês, no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, tendo sido feitas suas estátuas como se estivessem dormindo sobre os túmulos. Sobre eles os dizeres: “Os dois permanecerão juntos... Até o fim do mundo”.
Inês, a mulher que foi rainha depois de morta!
Como sou neta de portugueses pelo lado materno, esse dito popular fazia parte do nosso dia a dia. Assim, muito cedo minha mãe Odette nos contava essa linda história de amor. Eu e minhas irmãs usamos a frase sempre que algo ficou para trás... “Agora Inês é morta...”
Acredito que deixei um pouco de cultura à menina do supermercado...”
E domingo todos avaliando ao chegar as urnas, quem realmente vai fazer a diferença para nossa cidade.... Votem com consciência....
Boa semana... esperando o calor voltar...
Abraço, Didi

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