25 Apr 2024

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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Minhas crônicas diferem das de meus amigos aqui da Folha do ABC, por eu ser mulher e sempre dedicada ao lar. Um marido, Theo, muito amado e três filhos homens, onde a mesa tinha que ser farta. Com meu tratamento de quimioterapia por um quarto câncer, não tenho escrito assiduamente, mas a cabeça continua ativa e os dedos convidam a digitar um teclado. Assim, para facilitar, vou escrever a introdução de meu livro de Culinária, “Cozinhando Entre Amigos, receitas, histórias, pensamentos” que foi editado pela Nobel em 1996. Esgotado.

HISTÓRIAS DE COZINHA
“Sou descendente, pelo lado paterno de alemães. Cozinha agridoce.
Pelo lado materno? Avós portugueses. Comida bastante diversificada.
Pais? Brasileiros assumidos. Comidas típicas brasileiras de Norte a Sul.
Quando meus avós portugueses se casaram aqui no Brasil, minha avó não sabia fazer café (filha única). Meu avô disse a futura esposa que podia ficar sossegada. A “caseira” de sua casa seria a cozinheira. De repente os caseiros portugueses pediram a conta. Meu avô disse outra vez que minha avó não se preocupasse. Ele ia fazer um caldo verde. Na mesa do jantar tinha uma terrine com água, azeite e uns fiapos de couve. Ele perguntou: O que será que leva a mais? Ela não sabia. Na mesma semana contrataram novos caseiros. Daí em diante um dia por semana mina avó era a cozinheira e a empregada a professora. E o resultado foi um sucesso. Meus avós foram os melhores cozinheiros que já conheci. Meu avô tinha até avental e chapéu de “mestre Cuca”
Quando meus pais se casaram, minha mãe era professora de piano, de pintura e colaboradora cultural em jornais. Sabia cozinhar muito pouco. Já meu pai era metido na cozinha. O sábado à tarde era o dia das experiências. Um dia decidiram fazer pimentões recheados usando carne, arroz, etc. no recheio. Puseram o arroz cru, fizeram um molho de tomate e colocaram os pimentões para cozinhar. No final, o arroz cresceu e virou um risoto de pimentão.
Mais tarde na Praia Grande, quando ainda era deserta, com os cinco filhos e mais uma dúzia de crianças amigas, nos ensinaram a passar o picaré, pegar rãs nos charcos, camarões nos rios de água doce. “Quem pesca, limpa, ajuda no preparo e come! ” Comer? Tudo o que se possa pôr numa mesa. “Se vocês enfrentarem uma guerra, cavarão a terra para comer raízes. Então aprendam a comer de tudo desde já”. Por isso, com o pai caçador e pescador, perdiz, codorna, paca, tatu. Jacaré, coelho, todos os peixes, enfim, tudo o que a mãe natureza oferece ia para nossa mesa.
Às sextas feiras era dia de pastel. A mãe e as quatro filhas faziam o recheio. O pai fazia a massa e abria. Os recheios? Palmito, carne, camarão, frango, “Romeu e Julieta”, banana, etc. Tinha sabor para todos os gostos. O filho fritava. Eram de 80 a 100 pasteis. Tudo isso acompanhado pelas pinguinhas com limão e cervejinha gelada. Os vizinhos e amigos iam chegando. Eram sempre bem vindos!
Conclusão: Todos os filhos hoje gostam de uma boa cozinha.
Eu casei com neto de italianos. Minha sogra fazia massas deliciosas. Juntei as três cozinhas: alemã, portuguesa e italiana. Com três filhos homens, as panelas têm que ser grandes e fartas. Em minha cozinha não deixo de ter uma coleção de temperos, e aí está minha criatividade, uma pitada deste, daquele e a cozinha se torna toda minha. ”
Nas próximas crônicas colocarei algumas receitas e comentários.
Uma boa alimentação aumenta nossa imunidade. Colaborem com quem no momento passa pela escassez de alimentos.
Um abraço, Didi

Folha Do ABC

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