Tenho um grupo de amigas que fazem parte de minha infância e juventude. Nos encontrávamos mensalmente para não deixar a saudade apertar. Hoje, cada uma em sua casa e os contatos são através do celular. Há uns anos, combinamos um encontro numa cafeteria, mas aí pensei... julho, inverno, é hora de fazer uma chocolatada. Liguei para uma das amigas e disse a ela que entrasse em contato com as outras para virem comer bolo com chocolate em minha casa às 14h. E fui para a cozinha. Dificilmente faço bolos seguindo receitas. Acho que se temos na memória a receita básica da massa, criamos a cada vez um bolo diferente.
Coloquei numa tigela grande duas xícaras de chá, de farinha de trigo. Queria colocar uma de aveia moída, mas estava sem o ingrediente. Uma xícara de açúcar comum e uma de açúcar mascavo. Abri a geladeira. Tinha frutas cristalizadas, uva passa, castanha de caju, (preferia nozes, mas acabaram). Ameixas pretas?... também não as tinha. Peguei então uma maçã e duas bananas. Coloquei no liquidificador três ovos e um pedaço bem pequeno de gengibre. Descasquei a maçã, colocando a casca com os ovos e mais um copo mal cheio de óleo junto. Aí lembrei que tinha figos secos embebidos em Sagatiba. Peguei cinco deles batendo com os outros ingredientes no liquidificador. Fui então misturando tudo na tigela. A maçã e banana em pedaços. Acrescentei meio copo de água para “limpar” o liquidificador. Hannn... uma colher de chá de noz moscada, uma de canela e uma de cravo em pó. Finalizei com a colher de sopa de fermento em pó. Levei ao forno em forma untada e enfarinhada e quando pronto cobri com canela misturada com açúcar.
Aproveitei o forno quente e fiz umas torradinhas que comemos depois, ainda quentinhas com berinjelas em conserva e com a pura manteiga derretendo sobre elas.
Como ia almoçar, tomei um pouco do licor dos figos. É muito gostoso! Após almoçar fiz a chocolatada da forma que meus pais faziam.
Bati no liquidificador um ovo, uma xícara de chá de chocolate, 1 colher (sopa) de amido de milho, e um litro e ½ de leite. Como meu leite é desnatado, acrescentei ½ lata de leite condensado. Observe então se é necessário acrescentar mais açúcar. Levei ao fogo até ferver e engrossar levemente. Aproveitei para ferver a água para deixar na jarra térmica para o chá.
Quando elas chegaram, vieram sete, pois o convite foi feito em cima da hora, entre as conversas nos deliciamos com o que eu apresentei, encerrando com um cafezinho. Elas lembraram então do Hummmmm... da Ana Maria Braga, mas não passamos por debaixo da mesa prevenindo alguma entorse.
Uma amiga me falou que não gosta quando a conversa se direciona para comida. Que tem gente que o assunto é só esse. Hoje, por falta de assunto... É... e isso ainda vai acontecer... Às vezes, não temos como nos distanciar desse tema, pois vivemos em função do comer e beber. Lógico que isso é só o complemento da vida, mas é essencial para a vida. Assim, esses encontros não deixam fenecer nossos laços de amizade. Os contatos permanentes por e-mail e telefone também nos mantêm sempre unidas. Amizades sem qualquer interesse social ou material. Almas irmãs que espero, continuem juntas até o fim de nossos dias. Escrevi isso dia 20 de julho, por sinal no Dia do Amigo.
Felizes de nós se temos amigos verdadeiros.
Não digo isso só de nós, mulheres, pois também tenho amigos que considero irmãos de alma. Com esse frio, espero que vocês também façam suas chocolatadas.
Um abraço, Didi
(próximo dia 30 de julho, uma data importante em minha vida: dia do nascimento de minha mãe, Odette Tavares Bellinghause, em 1915. As boas lembranças são diárias).