19 Apr 2024

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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Chegamos numa idade que tudo que aprendemos na vida retorna no nosso dia-a-dia.
Pequenas coisinhas de nosso passado nos trazem a memória recordações das pessoas que fizeram parte de nossa caminhada.
Vou aqui relembrar e espero que isso também faça com que vocês, meus amigos despertem alguns fatos passados de seus arquivos memoriais.
Lembrando da Hildinha, sogra de minha irmã Suzana, de quem já falei aqui em anos passados. Toda vez que coloco um bolo no forno dou três toques em baixo da forma e digo: - Cresça bastante!
Ela dizia que era uma simpatia, mas penso que isso é uma forma de ativar o fermento colocado no bolo. Quando faço o arroz, novamente ela vem em minha memória, pois dizia: - Tem que mexer com o garfo, para soltar bem.
Ao comer um mamão, deixo algumas sementes, pois minha sogra Olga as deixava para, como dizia: o intestino vai funcionar melhor! E nesse momento a imagem dela está presente, assim como a de meu pai Alberto que antes de cortar o mamão dizia para nunca se esquecer de lavá-lo muito bem.
Quando coloco o grão de bico na água na véspera de cozinhá-lo, coloco uma colher de sopa de sal na água. Não sei qual é a química produzida nessa alquimia, que faz com que o grão absorva as cascas. Nesse momento lembro-me de minha prima Alba, que foi quem me deu essa dica anos atrás.
Quando vou colocar uma linha na agulha, se a linha é branca coloco sobre um fundo escuro e se a linha é escura sobre um fundo claro. Com certeza tudo fica mais fácil. Há muitos anos, minha tia América, com suas 80 primaveras anos, tentava enfiar uma agulha. Quando falei como eu fazia dessa forma, ela seguiu a orientação e me disse:- Sempre é tempo de aprender. Não importa a idade que temos.
Isso ficou sempre em minha memória.
Minha mãe Odette fazia um delicioso sagu com suco de uva ou um pouco de vinho. É no momento de colocar sobre ele um pouco de leite que ela está presente, como ao cortar uma laranja em quatro partes e soltar as cascas com a mão. Com cinco filhos, era a maneira mais rápida de descascar as laranjas.
O feijão colocado de molho na véspera do cozimento... Para ficar cremoso. A costelinha de porco que o acompanhava. Ensinamentos e lembranças de minha avó Assunção. Meu marido Theo sempre dizia que o feijão dela era único. Delicioso!
Quando dirijo passando pelos três tombos, indo para São Paulo, vem-me a memória a amiga Dina. Éramos bem jovens, ela um pouco mais velha do que eu e mais atirada, incentivando-me a soltar o carro e ir mais rápido nos sobes e desces da estrada.
O doce de abóbora sempre me lembra dona Rita. Ela e seu marido Sr. Joaquim foram dos primeiros moradores em Bernô a terem uma televisão. Moravam na Rua João Pessoa. Nas tardes de futebol, os rapazes se amontoavam na pequena sala para acompanhar os jogos. Nós, as meninas, nos nossos 14 anos nos juntávamos com dona Rita que já tinha preparado o doce de abóbora e íamos servir aos rapazes no intervalo.
Mais tarde eles se mudaram na mesma rua, para uma casa maior, mas continuaram a nos receber sempre de forma muito agradável.
Vivemos, graças a Deus, com boas lembranças.
Aborrecimentos também fazem parte do nosso cotidiano, mas o melhor é os colocarmos em um canto afastado do nosso cérebro, e vivermos das boas recordações.
Um abraço, Didi

Divanir Bellinghausen Coppini (Didi) é escritora e voluntária em São Bernardo - e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Última modificação em Sexta, 11 Fevereiro 2011 10:34
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