19 Apr 2024

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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Ante os tristes relatos dos terremotos e tsunamis no Japão, nos trazendo lágrimas aos olhos, vieram a minha mente as boas recordações que tenho desse país maravilhoso.
Sempre tive grandes amizades dentro da comunidade japonesa.
Há vinte anos estive por três anos seguidos nessa terra oriental, quando fui fazer uma auto vacina para ajudar a combater um câncer. Já fazia a vacina convencional no Brasil, quando 15 pessoas foram aqui reunidas para se dirigirem a Tóquio para fazer exames e deixar lá material, que era um litro de “xixi”, para a auto vacina. Ela era 3 pequenas ampolas que tomávamos a cada 5 dias por via subcutânea e nos chegavam via correio um mês depois. Ela atuava no sistema imunológico. Meu médico dizia, meio brincando que era água com açúcar, mas eu respondia que era benta.
Como ficávamos uma média de 12 a 15 dias em Tókio, convivemos bastante com o povo e sua cultura.
Já naquela época observamos as construções dos prédios, com suas estruturas, todas em aço e depois revestidos de concreto, tudo já planejado ante o perigo dos desmoronamentos devido os freqüentes terremotos que assolam a região.
Conhecendo outras cidades como Nara, Kioto, cidades que já foram capitais de Tókio, Yokoama, Odawra, com suas construções seculares, a maioria em madeira, fico pensando que tudo pode desaparecer num grande terremoto.
Sem falar japonês e com meu sofrível inglês, na terceira vez fui sozinha. É tão fácil andar de metrô e trens, que não tive receio de ter algum problema.
O povo sempre muito amável e atencioso fazia questão de, quando pedíamos uma informação, nos levarem próximo ao ponto pedido.
A tecnologia já era tão adiantada que quando uma amiga quis comprar uma máquina fotográfica eles nos perguntaram se queríamos a atual ou a do mês passado. Explicaram que o térreo da loja eram as atuais, e do subsolo as do mês passado. Por ¼ de preço, foi lá que Juraci comprou uma super máquina.
Em uma travessia de uma avenida, a turma de brasileiros não observou a faixa de pedestres. Imediatamente um guarda de trânsito veio nos chamar atenção. Um povo muito educado e ordeiro.
Construíram grandes tanques no subsolo para que a cidade não tivesse enchentes.
Planejaram seus prédios, suas casas. Fizeram freqüentes treinamentos com o povo para que eles soubessem como agir em caso de terremotos.
Infelizmente quando a natureza reage negativamente, não há tecnologia que previna as frágeis vidas ante tão grande violência, pois, contra um tsunami, toda prevenção é pequena.
Esta semana nossos olhos estão acompanhando com muita tristeza tantas famílias desfeitas, tanta dor, tanta fome, tanto sofrimento.
O homem constrói usinas nucleares com tecnologia muito avançada. Infelizmente tem dúvidas quando um reator vaza expondo o povo a radiações e de como solucionar o problema. Foi mais fácil construir do que sanar esse veneno que rapidamente contamina o povo e a região.
As seqüelas para essa gente serão terríveis. Para isso os cientistas ainda não têm solução.
Aqui do outro lado do globo, pouco podemos fazer por esses nossos irmãos de olhinhos puxados. Resta-nos orar...
Um abraço, Didi

Divanir Bellinghausen Coppini (Didi) é escritora e voluntária em São Bernardo - e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Última modificação em Terça, 22 Março 2011 09:18
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