20 Apr 2024

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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Quando eu era jovem, as meninas e mocinhas se reuniam para fazer as simpatias na véspera do dia de Santo Antonio, o Dia dos Namorados. Eram simpatias para abrir os caminhos do amor.
Naqueles tempos as moças começavam a namorar cedo, casando logo depois dos 20 anos. Lógico que havia exceções.
Era o dia de soltarmos fogos e balões, e se o dia caísse próximo ao fim de semana, sexta ou sábado, um baileco já aparecia na cidade. Com ela ainda sem as indústrias de automóveis, que foi quando a cidade começou a crescer desordenadamente, todos que aqui residiam se conheciam. Assim a cidade era uma grande família.
No fundo dos quintais tínhamos plantadas bananeiras. Uma das simpatias era enfiar uma faca no seu caule, e depois “tentar” decifrar uma letra que aparecesse na faca. Era a letra inicial do nome do futuro namorado.
Tinha a simpatia do ovo. Em um copo com água colocávamos a clara do ovo deixando-a descansar até o dia seguinte. Se o que se formasse ficasse parecendo uma catedral, era que íamos casar. Se fosse a forma de caixão, íamos morrer. Sempre era em forma de catedral.
Outra que me lembro era que tínhamos que cortar pequenos quadrados de papel, escrever neles os nomes dos rapazes que conhecíamos, dobrá-los e colocarmos sob o travesseiro. Ao acordar, tirávamos um desses papelotes. O nome que estivesse dentro seria o do futuro namorado. Outra com esses papeis, era os por dentro de um prato fundo com água. O que abrisse primeiro nos traria o nome do novo amor. (Aquele que já estava em nosso coração, era mal dobrado...rsss... Chantagem, não?)
Outra para as moças que tinham dificuldade em encontrar um companheiro, era comprar um Santo Antonio em que o Menino Jesus não estivesse preso a imagem e fazer a reza dizendo: Santo Antonio, Santo Antonio... Só devolvo seu Menino depois que você me arrumar um namorado! Outra com o Santo Antonio era colocá-lo com Jesus em seus braços, de cabeça para baixo e dizer: - Só o coloco direito depois que me arrumar um namorado.
Coisas de jovens, e hoje de tantas mulheres sem um companheiro, que com essas brincadeiras se põem a sonhar.
Cada dia nós vemos mais homens e mulheres optando por viverem sós. Formar uma família, casar, ter filhos não é mais primordial.
Enquanto jovens, a carreira é o mais importante. Os encontros nos barzinhos e discotecas são o entretenimento. E isso os satisfaz. Mas e no futuro? Será que não sentirão a solidão?
Dia dos Namorados... Quem os tem, solteiro, casado ou atualmente com tantos casais convivendo maritalmente, não deixem o romantismo da convivência acabar.
Não é preciso gastar alguns milhares de reais em um grande presente.
Um jantar de acordo com suas condições financeiras. Pode ser aquele filé ao molho madeira ou aquela esfhia regada com limão. Aquele vinho francês ou uma latinha de guaraná. Não importa. A delicadeza do convite, para um “Tête à Tetê”, é o mais importante. Uma simples rosa ou uma orquídea, com um pequeno cartão, é o que fortalece a relação.
Tenho em um envelope dezenas de cartões que recebi em felizes datas de convivência com meu Theo, que têm escrito: Para minha eterna namorada!
Assim, curto as boas lembranças que ficaram de uma vida a dois.
Abraço, Didi

Divanir Bellinghausen Coppini (Didi) é escritora e voluntária em São Bernardo - e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Última modificação em Sexta, 17 Junho 2011 11:14
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