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A esperança da vacinação

Publicado em Editorial
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Enquanto os casos de Covid-19, internações e mortes voltam a aumentar exponencialmente no Brasil, a esperança pela vacinação, o quanto antes, já virou um verdadeiro imbróglio.
Os brasileiros já estão cansados, não só do distanciamento social, do uso constante de máscara e de todos os protocolos sanitários contra o novo coronavírus, também estão cansados de ouvir aforismos. O poder devastador do vírus não está “superdimensionado”, não se trata de uma “gripezinha”, os brasileiros não são “maricas” por não resistirem a doença, enfrentar de “peito aberto” o coronavírus, afinal, “todos irão morrer um dia”.
Ainda que haja uma minoria contra a vacinação, milhares de brasileiros sonham com o dia que tomarão a vacina contra o coronavírus e poderão ter suas vidas de volta à normalidade.  No País, a mais promissora é a CoronaVac, elaborada pela Sinovac, laboratório chinês, e que também será produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo.
O Ministério da Saúde demorou a apresentar o Plano Nacional de Imunização e quando apresentado, gerou decepção aos brasileiros. A previsão para início da vacinação é apenas em março. Então, na quarta (9), o governo federal informou que poderá haver vacinação contra a Covid-19 ainda neste mês de dezembro, ou no início de janeiro de 2021, se a farmacêutica Pfizer conseguir uma autorização emergencial junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A vacina da Pfizer começou a ser aplicada no Reino Unido, na terça (8). No mesmo dia, o governo brasileiro anunciou termo de intenção para comprar 70 milhões de doses da empresa. O problema é um só: o país não tem infraestrutura para armazenar as doses na temperatura exigida de 70° C negativos.
O País ainda tem acordo para 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca. Segundo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o pedido de registro definitivo deverá chegar à Anvisa até o fim de dezembro, e a agência deve levar 60 dias para análise. Assim, o registro deverá ser aprovado pela Anvisa até o final de fevereiro.
Na segunda (7), o governador de São Paulo, João Doria, anunciou o plano estadual de vacinação da CoronaVac. A previsão é iniciar a imunização da população em 25 de janeiro de 2021, sendo, na primeira fase, trabalhadores de saúde, indígenas e quilombolas; após idosos de 75 anos ou mais; seguido pelos de 70 a 74 anos; 65 a 69 anos e 60 a 64 anos, em março. Serão necessárias duas doses da vacina. Apesar do cronograma ser promissor, a CoronaVac ainda precisa encerrar a fase 3 de testagem, prevista para o dia 15 de dezembro e, então, ser iniciada a tramitação para o registro na Anvisa, que poderá ser liberado em até 60 dias.
Devido às incertezas do início da vacinação, ao menos 11 estados brasileiros governados pelos mais variados partidos já negociam diretamente a compra da vacina Coranavac, com o governo de São Paulo. Acre, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Pará, Paraíba e Pernambuco já anunciaram que tratam do assunto para obter as doses da vacina. Pelo menos quatro capitais (Porto Alegre, Curitiba, Salvador e Rio de Janeiro) também já demonstraram interesse na compra da vacina.
Apesar da expectativa para a vacinação ser iniciada em janeiro, a politização poderá retardar o início. Na quinta (10), a Anvisa aprovou uma resolução com regras para permitir o uso emergencial de vacinas contra a Covid-19. Porém, por questões políticas, a aprovação da vacina do Butantan não será facilitada, nem deverá ocorrer tão breve assim. A questão deverá parar no Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto isso, os brasileiros continuam a sofrer com o aumento dos casos, internações, mortes, vivendo “presos” com as normas de distanciamento e uso obrigatório de máscaras, sem data definida para que tudo isso chegue, realmente, ao fim.

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