25 Apr 2024

Publicado em Editorial
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Neste sábado (1) de maio é celebrado o Dia do Trabalho. No Brasil, a data não enseja comemoração, afinal, em pouco mais de um ano, a pandemia do novo coronavírus provocou um verdadeiro colapso na economia, afetando milhões de trabalhadores. Em março, foi registrada a maior taxa de desemprego do País, desde o início da pesquisa, realizada pelo IBGE, de 14,2%. O patamar de desempregados é recorde. São 14,3 milhões de brasileiros sem emprego, contra 11,9 milhões há 1 ano.
O Dia do Trabalho ou o Dia do Trabalhador, desde o fim do século XIX, em diversos países, é celebrado no dia 1º de maio, data em que, em 1886, ocorreu uma onda de manifestações e conflitos, que se desencadearam a partir de uma greve geral, que paralisou muitas indústrias de Chicago (EUA).
No Brasil, a menção ao dia 1º de maio se iniciou quando a República já estava instituída, na década de 1890, e surgia um processo de desenvolvimento da indústria nacional. Os primeiros movimentos de trabalhadores organizados começaram a aparecer, nas duas primeiras décadas do século XX, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Entre esses movimentos, também figuravam ideologias contrárias ao Estado e descentralizantes, além do comunismo.
Em 1917, São Paulo protagonizou uma das maiores greves gerais já registradas. O então presidente Arthur Bernardes, em 1924, devido à força que o movimento dos trabalhadores adquiriu, em várias partes do mundo, decidiu reservar o dia 1º de maio como Dia do Trabalho no Brasil. Com isso, a partir deste ano, o 1º de maio passou a ser feriado nacional. Na época do ex-presidente Getúlio Vargas, com o Estado Novo, havia grandes festas para os trabalhadores.
Foi no governo de Getúlio que foi criado o Ministério do Trabalho, cujo primeiro ministro foi Lindolfo Collor, avô de Fernando Collor. Então, as primeiras leis trabalhistas do País passaram a ser editadas, criando a CTPS, o salário mínimo, também foram fixadas jornadas de trabalho e os trabalhadores passaram, enfim, a ter direitos. Em 1945, Getúlio saiu do poder, mas até 1970, o Brasil viveu uma fase de crescimento do direito do trabalho individual. No entanto, durante o regime militar os direitos trabalhistas são reprimidos e os sindicatos fechados.
Em 1969, os metalúrgicos realizaram uma grande greve, em Osasco, que foi reprimida com muita violência, pois houve muita resistência. Isso gerou uma contrarreação muito grande, nos metalúrgicos do ABC. O fortalecimento dos sindicatos passara a fomentar novas greves, seis maiores delas na década de 1970. Em 1982, é fundado o Partido dos Trabalhadores (PT), então, pela primeira vez, os trabalhadores se voltaram para a política, para lutar por seus direitos, deixando, enfim, as greves de lado.
Neste ano, o Dia do Trabalhador será ainda mais diferente. Não haverá, em muitos municípios, o feriado. Muitas Prefeituras optaram pela antecipação de alguns feriados para tentar conter o avanço de casos de Covid-19. No ABC, não haverá feriado em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, pois foram antecipados para o dia 29 de março, nas demais cidades, foi mantido normalmente. O Governo do Estado ainda manteve, até o dia 9 de maio, a fase de transição, com restrições ao funcionamento de comércios e serviços não essenciais, mas com horário de funcionamento estendido para o período das 6h às 20h.
Portanto, ainda que a data não enseje cele-brações, traz a necessidade urgente de profunda reflexão sobre o momento e exige uma postura contundente para mudá-lo.

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