25 Apr 2024

Publicado em Editorial
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O poder arrebata, seja pelas vantagens, recompensas ou, simplesmente pela notoriedade. O poder de mobilizar ou influenciar pessoas, as verem elogiando, admirando e até obedecendo gera o brilho no olhar de muitos políticos. É isso também que os fazem entrar em verdadeiros ringues de disputa por mais influência e poder.
Os ternos estão sempre alinhados, a oratória afiada e a retórica caminha, sempre, para a tentativa do convencimento, com palavras, quase sempre bem escolhidas. Em tempos de pandemia, também não deixam para trás as manobras populistas para chegarem ao povo.
As redes sociais viraram as grandes aliadas, cada passo vira um clique, um vídeo ou uma live. Neles, políticos se posicionam como verdadeiros heróis, os salvadores da pátria, com trilha musical em tom triunfante, se direcionam aos eleitores, ou, melhor, à população, com intimidade, abusando de palavras que buscam criar vínculos, como “pessoal” e “nossa gente”.
Mas, cada sorriso, cada aperto de mãos ou palavra proferida é estrategicamente pensado e articulado por marketeiros. Até mesmo a espontaneidade vira a ‘cereja do bolo’ para ganhar a simpatia da população com ar de “naturalidade”.
A busca pelo poder é incessante, a satisfação quase nunca é atingida, pois sempre há o próximo passo ou cargo, que os proporcionarão ainda mais poder, conquistando maior número de aliados, uma sólida base de apoio e financiamento. Consequentemente, muitos políticos acabam cometendo estripulias e excessos, alimentando ilusões e auto enganos.
Quanto mais poder e maior a base de aliados, mais inflado, consequentemente o ego do político. Então, muitos passam a não saber mais conviver com a diferença, com quem os contrastam e desafiam.
O poder constrói, mas também destrói. Na última semana, no ABC, a equipe de um prefeito, que possui um governo muito bem avaliado, exagerou nas respostas, via rede social, a alguns munícipes que faziam solicitações. Ocorreu verdadeiro “bate-boca”, com troca de ataques online. Em uma das respostas, a equipe do prefeito respondeu: “não nos meça com a sua régua”. Tudo isso, sem mencionar abreviações e até mesmo erros de português.
Em outro município, um prefeito foi vítima de fake news por WhatsApp e panfletos, com conteúdo difamatório, que foram distribuídos por um parente próximo do assessor de um deputado estadual da região, que também já foi assessor parlamentar de outro deputado do ABC. O interesse, no caso, era pelo domínio político do município vizinho, rumo aos voos eleitorais maiores, além do perímetro do ABC.
Ainda em outra cidade, um prefeito, em seu discurso, afirmou que outro prefeito faz um tremendo “lenga lenga” e que almeja conquistar o domínio do município, considerado a “jóia da coroa” do ABC, por meio de um candidato que “perdeu a eleição”, mais de uma vez. Também utilizou do vocábulo ‘régua’, para definir o alto nível de gestão dos últimos governantes.
Em cada município, rodeado de assessores, equipe e jornalistas, não poupam recados e caçoam de supostos adversários eleitorais. Mas, todos juntos, também “posam para foto”, com sorrisos, em reuniões do Consórcio Intermunicipal, demonstrando uma união que, de fato, só existe se coincidirem os interesses eleitorais.

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