19 Apr 2024


A mídia e o caso Celso Daniel

Publicado em Editorial
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O caso Celso Daniel, na semana passada, teve a primeira condenação de um dos envolvidos, Marcos Ro-berto Bispo dos Santos, com 18 anos de prisão, que foi julgado à revelia. Como se sabe, Celso foi sequestrado e morto por um grupo quando era prefeito de Santo André em 2002. Outros seis acusados também deverão ser levados à júri popular nos próximos meses. O curioso é que Bispo não compareceu ao júri no Fórum de Itapecerica da Serra, cidade onde foi encontrado o corpo de Celso, porque “não foi intimado, segundo seus advogados”. Tem prisão decre-tada e já cumpriu oito anos de detenção em caráter preventivo e em março de 2010 foi solto por ordem do Supremo Tribunal Federal. Esse tempo será descontado da sanção que foi aplicada no julgamento. O jor-nalista Fausto Macedo, do Estadão, que vem acompanhando esse caso nos últimos anos, publicou na edição de sexta (19), matéria de uma página sobre a condenação. Num canto da matéria, sob o título “Um fantasma que atormenta o PT há 9 anos”, o jornalista diz que “o assassinato de Celso Daniel, classificado pela promo-toria como um “delito emblemático”, é um fantasma que atormenta o PT. As suspeitas sobre dirigentes do partido surgiram a partir do relato do médico João Francisco Daniel, irmão do executado. Ao Ministério Público ele contou que ouviu de Gilberto Carvalho que parte do dinheiro desviado era levada para José Dirceu, então presidente do PT. Dirceu nega a acusação e foi à Justiça contra João Francisco”.

Como se vê, falar sobre o caso Celso Daniel é como mexer num vespeiro, pois houve muita morte do pessoal envolvido no sequestro e também de pessoas que apenas estavam no lugar errado na hora errada. Além disso, vários acusados, que estavam presos, foram soltos sempre por ordem dos ministros do Supremo Tribunal Fede-ral (STF) e não por advogados de comunidades. A gravidade da situa-ção também atinge a um dos irmãos do ex-prefeito, Bruno Daniel, que vive exilado na França. Numa entrevista publicada no Estadão de sábado (20), ao responder a pergunta sobre “Como é atualmente, a rotina de sua família?”, disse o seguinte: “não temos rotina definida, dado que não temos nem trabalho e nem moradia regulares. Já estamos no quinto endereço diferente e um de nós já teve nesses últimos 4 anos mais de 15 pequenos contrato por prazo determinado”. Por outro lado, a empresária Rosângela Ga-brilli, filha de Ângelo Gabrilli, ex-dono do Expresso Nova Santo André, que denunciou à promotoria o esquema de propina na Prefei-tura, na época, foi entrevistado na edição de domingo (21), e disse o seguinte: “é cada hora em um lugar, Ando com minha malinha para um lugar e para outro”.

Percebe-se, assim, que o mar não está para peixe aos que tiveram prejuízo com o caso Celso Daniel.

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