24 Apr 2024

Publicado em Editorial
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A morte do jovem Renan Silva Loureiro, de apenas 20 anos, baleado na cabeça e morto durante um assalto na região do Jabaquara, na Zona Sul de São Paulo, deixou rastros de perplexidade, medo e pavor na população.
O crime ocorreu quando o jovem deixava a namorada na casa de parentes e foi abordado por um indivíduo em uma moto que utilizava uma mochila de aplicativo de entrega de comida. O rapaz chegou a se ajoelhar antes de ser atingido.
Ver uma vida ceifada por causa de um celular, apesar de revoltante e inadmissível, não é novidade no país. Há anos, os brasileiros têm se acostumado e até achar “normal”, viver constantemente em estado de alerta. Diariamente, ao sair de casa, ninguém sabe se voltará vivo.
Os índices são alarmantes, em 2021, apenas na cidade de São Paulo, mais de 156 mil furtos e roubos de celulares foram registrados, em média, 18 ocorrências por hora. A Capital também registrou um roubo a cada quatro minutos em 2021, de acordo com um levantamento da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Além do prejuízo com a perda do aparelho, muitas vítimas têm as contas bancárias invadidas pelos bandidos, e ainda perdem suas vidas.
Após a chocante morte do jovem Renan, o governador Rodrigo Garcia e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, anunciaram que a cidade de São Paulo terá a segurança reforçada com o dobro do policiamento atual, que atualmente é de 5 mil agentes e chegará a 9,7 mil policiais. A iniciativa faz parte da ‘Operação Sufoco’, que será realizada em todo o Estado para tornar as polícias mais visíveis e presentes nas ruas, com isto aumentando a sensação de segurança da população. Na ocasião, o governador afirmou que: “Quem cometer crime em São Paulo, vai ser preso. O bandido que levantar arma para polícia vai levar bala da polícia que, dentro dos limites da lei, vai agir com muito rigor em relação à criminalidade”.
Ainda haverá reforço na fiscalização de motofretistas. Foi firmado um convênio entre o Governo de São Paulo e as empresas para compartilhamento dos bancos de dados dos aplicativos com o Detecta, sistema de monitoramento inteligente do Governo do Estado composto pelo monitoramento de câmeras combinado com banco de dados de informações policiais da América Latina.
A iniciativa é relevante para o cenário de total sensação de insegurança, perante a violência, por parte da população, mas, não haveria “sufoco”, se medidas como essas e outras fossem tomadas, de maneira preventiva, antes de acontecer tragédias como a morte do jovem Renan.
Enquanto isso, quantos paulistas e brasileiros vão continuar saindo de suas residências para desempenhar suas funções cotidianas, como, simplesmente trabalhar, estudar ou deixar seus namoradas (os) em casa, após um longo dia de tarefas, responsabilidades e terem suas vidas ceifadas pela praga da violência urbana? “Eu queria que tivesse dado pelo menos pra me despedir”, disse a namorada do jovem morto pelo falso entregador. Quantas famílias também não têm a chance de dar o último adeus aos seus entes vítimas da violência? Já passou da hora de sair do “sufoco”.

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