16 Apr 2024

Publicado em Editorial
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A menos de cinco meses para o primeiro turno das eleições, além das intenções de votos dos pré-candidatos a presidente da República, é necessário se atentar aos patamares de avaliação da opinião pública, ou seja, os índices de popularidade e rejeição. Até agora, as eleições de outubro têm caminhado para a polarização entre dois extremos, personalizados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O cenário eleitoral deste ano é inédito. Dois presidenciáveis que já governaram o país, Lula, de 2003 a 2011, e Bolsonaro, de 2019 até a atualidade, e que são extremamente conhecidos pela população, compõem uma disputa nas urnas. Será um duelo entre um presidente e um ex-presidente.
No aspecto da rejeição, até o momento, os patamares dos que afirmam “não votar de jeito nenhum” nos presidenciáveis são equivalentes ao do ex-presidente da Câmara, Ulysses Guimarães (PMDB), que foi o recordista da rejeição em agosto de 1989, ano em que o Brasil voltou a ter eleições diretas, após o período de ditadura militar.
Segundo dados de levantamento realizado pelo jornal O Globo, com base em informações do Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop/Unicamp), Datafolha, Ibope e Ipec, pela primeira vez na história, um dos dois pré-candidatos mais bem avaliados na preferência popular, o presidente Bolsonaro, ultrapassa a marca de 50% de rejeição, praticamente no meio do ano eleitoral.
Já o ex-presidente Lula chegou aos 37% de rejeição. O índice é superior ao período que esteve preso em Curitiba (PR). Lula já ultrapassou a ex-presidente Dilma Rousseff, que detinha o recorde da rejeição, no mesmo período pré-eleitoral.
Mesmo assim, os índices de rejeição dos dois principais postulantes, não anulam as competitividades de ambos, e nem sinalizam risco de derrota, de um deles, em turno único.
Apesar da alta rejeição de Lula e Bolsonaro, os índices não são estáticos e vão mudando. Quem “não votaria de jeito nenhum” em algum deles, pode vir a mudar de opinião ao longo dos próximos meses e até chegar a votar no seu rejeitado anteriormente. Tudo dependerá das informações que os eleitores vão adquirindo neste período e ainda da eficácia da campanha eleitoral, que poderá despertar o amor ou o ódio nos eleitores.
Em relação à rejeição de Bolsonaro, ela não consiste apenas sobre ele, mas também na avaliação de seu governo, e seus 50% de rejeição ainda podem mudar, aumentando ou diminuindo, dependendo dos rumos que o governo tomar nos próximos meses. Já a rejeição de Lula permeia elementos como antipetismo, corrupção e agenda de costumes. Há ainda a rejeição “automática” de ambos, ou seja, bolsonaristas de carteirinha que odeiam Lula e lulopetistas que têm aversão a Bolsonaro.
Petistas buscarão enfrentar Bolsonaro trazendo para discussão aspectos econômicos, como o custo de vida, e bolsonaristas atacarão as denúncias de corrupção de Lula. Outros pré-candidatos, como João Doria (PSDB), que possui considerável rejeição, pretende apelar para o humor, para tentar reverter sua imagem de “almofadinha”, posto que seu governo em São Paulo não foi mal avaliado. E Ciro Gomes (PDT), apesar de disputar a quarta eleição, ainda precisa se tornar conhecido, posto que apresenta índice de desconhecimento de 20% nas pesquisas.
Até o dia 2 de outubro, tanto os índices de rejeição quanto popularidade ainda oscilarão muito. Vencerá o candidato que for mais eficaz em driblar a sua rejeição.

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