Só começou a mudar quando chegou à presidência do Sindicato o até então sindicalista Luiz Marinho. No cargo, mostrou amadurecimento e utilizou o diálogo para solucionar os problemas. Mas, as empresas já tinham ido embora. O crescimento das cidades, que formam o ABC, também ajudou a não ter áreas disponíveis para instalação de empresas, pois novos loteamentos apareciam rapidamente e assim permitiram o surgimento de novos bairros nas décadas de 1960/70. A pá de cal, que acabou com as últimas enormes áreas disponíveis das cidades, foi a vinda das grandes construtoras da capital que, praticamente, tomaram conta dos terrenos que ainda restavam na região.
E qual foi o resultado disso tudo? Bem, o ABC de área industrial se transforma em cidades dormitórios. São Caetano, por causa de sua pequena extensão territorial, praticamente, já se transformou em cidade dormitório. Esse problema já era temido pelos prefeitos da cidade nas décadas de 70/80 e, na ocasião, faziam de tudo para evitar mudança de perfil, que chegou com o século XXI. Santo André e São Bernardo também caminham para se tornar cidades dormitórios, tal o volume de torres que estão sendo erguidas. As grandes construtoras da capital invadiram o ABC porque a prefeitura paulistana, anos atrás, travou muitas construções. A vinda para cá foi a solução encontrada pelas construtoras por causa do preço acessível dos terrenos. Aí, dezenas e dezenas de torres estão sendo construídas que, evidentemente, colocam o ABC como cidade dormitório. Ainda bem que algumas indústrias, a muito custo, ainda permaneceram por aqui. Com isso, as prefeituras locais pagam um preço alto para mantê-las na região. E quando essas indústrias forem embora, o ABC pode ganhar um novo slogan para sua atual realidade: Cidade Dormitório.