20 Apr 2024

Publicado em Editorial
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04/8/12

GM, o retorno

Há algumas novidades curiosas e interessantes na movimentação dos sindicatos no País. Em Brasília, o PT está sem controle sobre o movimento sindical do funcionalismo público porque perdeu poder de fogo em relação à greve que atinge o governo Dilma, de acordo com matéria publicada pelo jornal Valor Econômico, na edição de sexta (27 de julho). Diz ainda a matéria, que colabora para isso a pulverização de sindicatos ligados a outros partidos, pois a CUT está no poder, pois pertence ao PT.

Atualmente, a CUT tem como aliados 70% dos sindicatos brasileiros e o sucesso da greve é por causa de organizações ligadas a outros partidos, caso do PSTU, com a Conlutas, e o PCdoB, com a minoritária CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil). Paralelamente, o relacionamento difícil entre empresas e sindicatos também está acontecendo em São José dos Campos entre a General Motors (GM) e o Sindicato dos Metalúrgicos local, controlado pelo PSTU por meio da Conlutas, que reúne mais de 42 mil trabalhadores da região. Sob o domínio do PSTU, os sindicatos de São José dos Campos e de Brasília, ambos do Conlutas, agem como “o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo há trinta anos”, de acordo com o editoral do Estadão, publicado na segunda (30), sob o título “As mudanças da GM”. Atualmente, a GM paralisou a fabricação das linhas do Meriva e Zafira em São José e determinou que “os 7,5 mil empregados ficassem em casa. Seguindo a chamada estratégia de relocalização industrial, a empresa quer reduzir sua presença no Vale do Paraíba para investir em São Caetano, onde produzirá os modelos que irão substituir a Meriva e Zafira”.
A mudança é porque a fábrica de São José dos Campos “apresenta maior custo de produção” e também exigências salariais. A empresa negocia com o sindicato a dispensa de 1,5 mil empregados e até agora não chegou a nenhuma acordo. Segundo o editorial, “a GM está fazendo uma movimentação oposta à da década de 1980, quando transferiu unidades do ABC para o Vale do Paraíba. O que a levou a tomar essa medida, na época, foram as exigências salariais absurdas dos metalúrgicos do ABC e as greves apoiadas pela CUT. Com o aumento do custo de produção no ABC, a GM e as demais montadoras instalaram fábricas em cidades onde os salários eram mais baixos - o que resultou no fechamento de milhares de postos de trabalhos no ABC. Agora, a GM faz o caminho inverso face à radicalização do Sindicato dos Metalúrgicos de São José”.
O artigo enfatiza o que ocorre com a GM é uma rotina no mundo inteiro. Em busca de vantagens comparativas, a Renault e a Opel fecharam fábricas na França e na Alemanha e as transferiram para o Leste Europeu, onde o nível de escolaridade é alto e os salários são baixos. Hoje a Eslováquia abriga seis montadoras, produzindo um milhão de veículos por ano. Percebe-se, assim, que tudo que aconteceu há 30 anos no ABC em relação ao relacionamento entre sindicatos e empresas, agora, ocorre em outras localidades como São José dos Campos. Algumas fábricas que saíram do ABC, voltaram a investir nas fábricas que aqui deixaram. Isso, evidentemente, demonstra o amadurecimento dos sindicatos locais.

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