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Ainda a eleição em Santo André

Publicado em Editorial
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15/12/12

Ainda a eleição em Santo André

Como é possível um candidato desconhecido, mesmo sendo deputado estadual, obter votos suficientes para vencer uma eleição para prefeito derrotando o adversário que está com o poder nas mãos e com tudo a favor? Realmente, foi o que aconteceu em Santo André nas recentes eleições municipais. O futuro prefeito de Santo André, deputado estadual Carlos Grana, um ex-líder sindical, foi o autor da façanha que derrotou o prefeito Aidan Ravin, que disputava a reeleição. Grana disputou sua primeira eleição para deputado estadual pelo PT em 2009, sem ter o batismo das urnas.

Seu currículo tinha uma forte atuação no sindicalismo, porém, politicamente era pouco conhecido pelos eleitores de Santo André. Contava com o apoio e com os estrategistas políticos sob o comando do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho. Grana foi eleito deputado estadual com 126,9 mil votos, somente em Santo André conseguiu 25,1 mil votos, sendo o mais votado na cidade. Por sinal, é o único deputado eleito pela cidade, enquanto que São Bernardo elegeu dois deputados federais, Wiliam Dib (PSDB) e Vicentinho (PT) e três deputados estaduais: Orlando Morando (PSDB), Ana do Carmo (PT) e Alex Manente (PPS). Grana, assim, tinha como trunfo os 25,1 mil votos da cidade, pois os 101,1 mil votos foram obtidos em outras cidades. Para se eleger prefeito em Santo André é necessário conseguir, no mínimo, 250 mil votos no primeiro turno evitando o segundo turno e, no mínimo, 210 mil votos no segundo. Com isso, Grana, praticamente, teria que crescer de 25,1 mil votos obtidos para deputado estadual para, pelo menos, 220 mil votos na sua candidatura a prefeito. E levava uma enorme desvantagem, pois era desconhecido da maior parte do eleitorado. Uma das estratégias utilizada para levar a eleição para o segundo turno, que aumentaria a chance de Grana vencer o pleito, seria necessário um terceiro candidato. Desse jeito, era importante a candidatura de uma terceira via, que não atrapalhasse a votação de Grana, mas que tivesse votos suficientes para levar a eleição para o segundo turno. Sem essa terceira via, as chances de Aidan aumentariam. Essa hipótese passou a ser real com a candidatura de Raimundo Sales (PT). Além disso, a máquina petista, a única que é profissional em todo o País, saiu à campo para fortalecer a candidatura de Grana. Uma outra solução encontrada foi colocar o nome do partido (PT) ao lado do nome Grana. Deu no que deu. No primeiro turno, Grana, que não liderava a pesquisa, conseguiu 155,6 mil votos contra 135,1 mil votos de seu adversário. No segundo turno, as coisas estavam mais fáceis, pois Grana chegou a 204,5 mil votos e Aidan ficou nos 174,8, mil bem menos do total obtido na vitória em 2008, 214,8 mil votos. A equipe petista também jogou pesado no final do segundo turno e o prefeito Aidan deu troco, quando deveria tirar vantagem disso, como aconteceu em São Caetano. Enfim, sem estratégia é difícil vencer uma eleição para prefeito municipal.

 

Última modificação em Sexta, 14 Dezembro 2012 15:42
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