É bom recordar que o eleitorado do ABC transformou em líderes Samuel Massei, Anacleto Campanella, Walter Braido e Luiz Tortorello em São Caetano; Lauro Gomes, Tereza Delta, Aldino Pinotti, Higino de Lima e Tito Costa, em São Bernardo e Fioravante Zampol, Newton Brandão, Lincoln Grillo e Celso Daniel, em Santo André. Todos foram prefeitos em suas cidades, pois uma liderança política tem que ser forjada na administração de um município. Essas lideranças marcaram época.
A preocupação maior por parte do eleitorado é saber como se comporta uma liderança política fora do poder municipal. É natural que um prefeito, no poder, seja referenciado e badalado durante a sua gestão, quando em contato com o público. No entanto, depois que deixa o poder, essa referência diminui bastante e não acontece mais o “beija-mão”, quando o eleitor encontra o ex-prefeito e não mais se aproxima para cumprimentá-lo. Essa é a realidade para quem não exerce mais o poder. Assim, o caminho está aberto para os três prefeitos locais, Luiz Marinho (PT), Carlos Grana (PT) e Paulo Pinheiro (PMDB). Quem leva ligeira vantagem é o prefeito de São Bernardo, que, depois do primeiro mandato, conseguiu reeleger-se com 261,3 mil votos, representando 65,79% do votos válidos. Realizou uma administração considerada boa pelos eleitores e já se tornou uma liderança regional importante para o PT, inclusive indicando alguns candidatos a prefeito que obtiveram sucesso eleitoral na última eleição, como o ex-sindicalista Carlos Grana, em Santo André. Marinho, por sua vez, tem pretensões para voos maiores na política.
Em Santo André, o atual prefeito, eleito com 204,5 mil votos (53,92%) também tem condições de formatar uma liderança política na cidade desde que realize uma administração nos moldes que seu companheiro do partido fez em São Bernardo. Grana, no contato pessoal, é um “abridor de portas”, isto é, sabe cativar seu interlocutor. Seu antecessor, o ex-prefeito Aidan Ravin, jogou uma pela janela a chance de se tornar uma forte liderança política na cidade. Em São Caetano, o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB), eleito com 61,1 mil votos (a cidade tem 111,4 mil eleitores), representando 63,35% dos votos válidos. O atual prefeito é carismático, pois na campanha eleitoral, a multidão, que o acompanhava em eventos, viera por iniciativa própria, não como fazem outros políticos que mandam ônibus buscar eleitores nos bairros. Pinheiro tem tudo para ser o novo líder político da cidade, mas, primeiro, precisa fazer uma excelente administração. Caso contrário também irá jogar pela janela uma grande oportunidade para alcançar uma liderança nos moldes de Braido, Tortorello, etc.
É isso aí.