24 Apr 2024


O crédito podre do BNDES chega a R$ 37 bi

Publicado em Editorial
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25/05/13
O crédito podre do BNDES chega a R$ 37 bi

Algumas instituições financeiras governamentais, realmente, sofrem, a cada mudança de diretoria, por causa de novos critérios administrativos impostos pelos novos dirigentes. Normalmente, a mudança é feita pelo lado político, pois os novos diretores são sempre amigos dos amigos, dos amigos que estão no poder, que vão cumprir um mandato de quatro anos ou então de oito, se conseguirem a reeleição. Então os funcionários de carreira são obrigados, na maioria das vezes, a seguir as determinações e atender os pedidos da nova diretoria.

Boa parte dos pedidos são para atender os “amigos dos amigos”. E com isso, as barbaridades acontecem. É o caso do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que, de acordo com matéria publicada no Estadão, terça (21), no caderno de economia, quer “vender R$ 37,046 bilhões em crédito podre”. Mais adiante o texto diz que” apesar de registrar baixa taxa de inadimplência (0,06% em 2012), o banco busca com a venda recuperar de forma imediata e a custos baixos, parte de dívidas não pagas, a maior parte delas com prazo superior a 10 anos. Segundo o BNDES, 100% dos empréstimos não pagos já foram baixados do balanço e não impactam mais os lucros”. Para isso, o banco, por licitação, está escolhendo uma consultoria para a operação e que, na reta final, tem apenas uma concorrente: Pricewaterhouse Coopers Corporate, Finance & Recovery.
O banco justifica que o valor contábil da carteira de crédito é de R$ 6,102 bilhões e o valor financeiro é de R$ 37,046 bilhões, que inclui todos os juros e atualizações previstas. Segundo a matéria “a diferença deve-se a empréstimos não pagos, que o banco planeja vender, serem mais antigos. Das 1.020 operações integrantes dessa carteira, apenas 38 referem-se a empréstimos de menos de cinco anos atrás. A maioria (578) operações são empréstimos de 5 a 10 anos e outras 317 operações entre 10 e 20 anos”. Um analista de mercado, ouvido pelo jornal, disse que “os empréstimos com mais de 180 dias de atraso precisam ser provisionados e isso vai impactando o lucro de qualquer banco a cada trimestre. Em 2012, o banco registrou despesa com provisão para risco de crédito no valor de R$ 320 milhões. E a vantagem de vender inadimplente é “garantir” uma parte dos recursos”.
É, assim, que trabalha o maior banco de fomento do País, que pretende vender crédito podre no total de R$ 37 bilhões e quer recuperar apenas pequena parte. Para isso, vai ter que pagar custos com advogados, certidões, etc. Desse jeito, o valor recuperado vai diminuir mais ainda. É bom lembrar também que o BNDES liberou empréstimo para a Associação das Empresas de Transportes Coletivos do ABC, quando o ministro era Zé Dirceu, e também para a Odebrecht, responsável pela construção do Itaquerão, nova arena do Corinthians. A empresa, atualmente, tem uma dívida no mercado de R$ 62 bilhões, de acordo com matéria publicada na segunda (20), no Estadão. E onde foram parar os bilhões perdidos pelo BNDES?

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