25 Apr 2024

Publicado em José Renato Nalini
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É muito triste constatar que a Noruega ética, preocupada com a qualidade de vida de seu povo e campeã da felicidade em 2017, não se porte com idêntica postura no Terceiro Mundo. É que segundo a FSP, em reportagem de Fabiano Maisonnave, a Noruega financia a atividade que mais contribui para a destruição da floresta tropical amazônica. O fabuloso fundo soberano da Noruega, com mais de um trilhão de dólares em ativos, é sócio de três frigoríficos de carne bovina. O maior beneficiário é a conhecida JBS, com investimento de 477 milhões de reais, ou 1,78% da empresa dos conhecidos irmãos Batista.
Os outros frigoríficos são a Minerva e a Marfrig. Os três exploram a pecuária, que ocupa 83% da área desmatada na Amazônia, de acordo com levantamento do Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Especiais e da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
É muito bom ter um discurso irretocável na retórica e ajudar a destruir um patrimônio planetário, que aos poucos – e mais rapidamente do que se poderia esperar – converterá a região amazônica num deserto semelhante ao Saara.
A JBS é a maior compradora de gado produzido na Amazônia e de aquisição ilegal, segundo o Ibama. Em 2017, a empresa foi multada em 25 milhões de reais por comprar gado de áreas de desmate ilegal, durante a Operação Carne Fria. Essas multas, sabemos o que acontece com elas. Primeiro, não são proporcionais ao prejuízo. Quanto custa destruir a biodiversidade, aquilo que a natureza preparou durante milênios? Quem consegue recuperar e fazer a situação voltar ao statu quo ante? Ninguém. Segundo, há um corpo de juristas de excepcional talento e erudição, hábil em explorar o sistema recursal caótico. O destino é a prescrição em cinco anos, como ocorre no Estado de São Paulo, o que se pode apurar mediante estatística do que se amealha com as sanções pecuniárias dos infratores ambientais.
Não é o primeiro passo em falso da incorruptível Noruega em nosso País. A empresa Hydro Alunorte, que produz alumina, matéria-prima do alumínio, lança água contaminada no Rio Pará, em Barcarena, no pobre território paraense. A empresa tem 34,3% de capital estatal norueguês, foi multada em vinte milhões de reais pelo IBAMA e tem sido alvo de protestos de moradores vizinhos à fábrica.
Triste papel da Escandinávia. Nação culta, deveria saber que as consequências da destruição de elos vitais para a subsistência da vida no planeta não se circunscrevem ao espaço lesado. Tudo repercute em tudo. Quando não   houver mais oxigênio sobre a Terra, como é que respirarão os noruegueses?

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