25 Apr 2024

Publicado em José Renato Nalini
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O complexo de vira-lata do brasileiro recebe todos os dias injeções de vitamina, porque os exemplos de leviandade medíocre são abundantes. O número de jovens qualificados que deixam o país é impressionante. Há tempos, conversando com o Cônsul do Canadá, ele me dizia que um dos problemas atuais é a recusa de parte dos 30 mil brasileiros que lá estudam, de voltar ao Brasil. As filas no Consulado da Itália são permanentes e cada vez maiores. Portugal agora seleciona quem quer receber. De preferência, os aptos às profissões da Quarta Revolução Industrial.
Antigamente, havia motivos para se orgulhar do Brasil. Invocava-se a sua dimensão continental. O verde de suas matas, hoje convertido em chamas rubro-amarelas, que se transformam em fumaça negra e mostram a cor do nosso futuro. Nossa biodiversidade, nosso gênio amistoso e receptivo, nossa raça amável formada por três tipos: o europeu, o índio e o africano.
Durante muitas décadas o Brasil cresceu. Era a esperança do mundo. Abençoado com clima favorável, sem furacões, tufões, vendavais, tsunamis e ciclones. Sem vulcões. Sem terremotos.
Mas é preciso lembrar a triste piada, que causou risos de hiena durante um bom período: “Deixa ver o povinho que eu vou colocar lá...”.
Povinho que empobreceu nos últimos anos. Povinho que passa fome. Povinho desempregado. A tendência é piorar, porque a Quarta Revolução Industrial extinguirá mais de 702 profissões, inclusive aquelas que ainda hoje são ofertadas pelas Universidades que não acordaram e continuam a insistir em teoria estéril e sem sentido.
A educação capenga em todos os níveis produz uma geração que não sabe escrever. Porque não sabe ler. Mas também não gosta de ler.
A única alternativa brasileira seria utilizar-se do patrimônio que não construiu, a sua natureza, e transformá-lo em atração turística. Não há país que tenha oito mil quilômetros de orla com a beleza e a variação de praias que nós temos. Nem outro com a biodiversidade, cachoeiras, cavernas, serras e vales, tudo suscetível de ser explorado.
Só que preferimos pensar que podemos recuperar o tempo perdido e sonhar com uma indústria de ponta, que nunca mais teremos. Não se progride per saltum. Perdemos, definitivamente, o ritmo do progresso. Só não enxerga quem não quer, ou que ainda tira proveito da confusão reinante. Sabemos onde foi parar o orgulho brasileiro. Alguém tem ideia de como recuperá-lo?

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