23 Apr 2024


Os guizos falsos da alegria (final)

Publicado em José Renato Nalini
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Manifestações as mais surreais por parte de autoridades. A miséria mostrando sua face terrível. Parece até sarcasmo ordenar “fique em casa” para quem não usufrui do direito à moradia, que é fundamental e tem assento na Carta Cidadã. Ou mandar “lavar as mãos” para cidadãos desprovidos de água.
Então o Brasil não tem salvação?
Temos de acreditar que tem. Não subtraia ao ser humano a possibilidade de sonhar. O sonho é que o país que sobreviver reveja a estrutura de sua Democracia. Que se enxugue o malefício de Brasília, com reforço de um Federalismo viciado, defeituoso e falso. União deve ser uma coordenação de esforços, enxuta e não centralizadora. Mero símbolo, que estaria melhor servida num Parlamentarismo. Desde que este resultasse de um novo pacto político. Eleição distrital, sem fundo eleitoral, sem fundo partidário. Com permissão para candidaturas avulsas, para incentivar os partidos a serem algo que mereça respeito.
Os Estados Unidos podem servir uma vez mais de exemplo. O desastre de uma eleição de alguém despreparado não produziu a tragédia que os mais lúcidos temiam, por força de duas circunstâncias aqui também presentes. Um Judiciário que impeça os arroubos insensatos de quem se considera detentor de mandato divino e a liderança regional. Não há espaço vazio. O vácuo de consistência federal é preenchido por governadores e por prefeitos que estão mais próximos ao seu povo e tomam as providências que nunca virão do Planalto.
Os brasileiros lúcidos têm o compromisso com a educação integral, não apenas com a escolarização, ainda envolta em paradigmas superados e a acreditar que aulas prelecionais de informações desatualizadas seduzam as gerações impulsionadas pela Quarta Revolução Industrial.
Educação, compromisso de todas as pessoas que devem continuar a ser educadoras e aprendizes ao mesmo tempo. Educar não para obter diplomas, cujas fragilidades evidenciam a desvalia do excessivo formalismo. Educação para o equilíbrio, para o convívio, para a empatia, para intensificar o sentido de pertencimento e a noção inafastável de que somos seres finitos. Nossa missão é tornar o menos miserável esta peregrinação pelo planeta, etapa efêmera e sujeita a tantas vicissitudes, próprias à nossa fragilidade.
Mais juízo, mais sensatez, menos ilusão à sonoridade artificial dos guizos falsos de uma alegria hoje impossível.

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