20 Apr 2024

Publicado em José Renato Nalini
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A palavra é o que distingue o ser humano dos outros animais. Ela é mágica. Seduz, convence, exalta, enaltece e inebria. Mas também pode ferir. Machuca, deixa cicatrizes, mata os bons sentimentos.
No decorrer da História, a palavra foi o instrumento poderoso que edificou a civilização. Feliz de quem pode se deleitar com a leitura de preciosidades produzidas por espíritos superiores, que já não estão entre nós, mas cuja obra é eterna.
Ensinar a ler, a se exprimir com proficiência, a escrever, é o que muda a vida das pessoas. Por isso o letramento é tão importante. Quem não lê, não aprende a pensar. Fica trancado na indigência de um pobre vocabulário. Nossa tradição romano-helênica sempre conferiu enorme prestígio à oratória, à eloquência, à retórica.
Por isso é frustrante verificar o quanto de deterioração se constata na forma de expressão de líderes de nações que se propõem a ser faróis culturais e democráticos para todas as demais.
A Professora francesa Bérengère Viennot escreveu “A Língua de Trump”, explorando os dois primeiros anos do Presidente americano. Constatou que, numa única entrevista, mencionou 41 vezes o termo “great” (grande). 25 vezes o verbo “win” (vencer), 7 vezes “tremendous” (tremendo).
Mais do que o uso excessivo da mesma linguagem rompante, nota-se a grandiloquência com que os verbetes são pronunciados. Quase sempre com rudeza, de forma agressiva, como se quisesse que os ouvintes engolissem as palavras.
Cabe lembrar que o grande escritor Philip Roth (1933-2018), logo que Trump tomou posse, fez o seu diagnóstico sobre o novo Presidente do maior país do Ocidente: “ignorante sobre governo, história, ciência, filosofia, arte, incapaz de expressar ou reconhecer sutileza ou nuance, destituído de toda decência e detentor de um vocabulário de 77 palavras que seria melhor chamar de paspalhês (jerkish) do que de inglês”.
Nesse aspecto do bom uso do vernáculo, a comparação com Barak Obama é uma covardia. A fala correta, serena e lúcida de Obama é o modelo que o bom gosto recomenda seguir. Uma boa reflexão para os professores de português e de comunicações. Como explicar situações tão antagônicas?

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