20 Apr 2024


Giorno del Ricordo – Massacre das Foibe – Holocausto Italiano

Publicado em Luiz José M. Salata
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O Giorno Del Ricordo se trata de uma solenidade civil nacional italiana, celebrada todo dia dez de fevereiro, instituída pela “Legge nº 92 – 30 Marzo 2004”, do Parlamento Italiano, em memória às vítimas que foram covardemente assassinadas pelo modo conhecido como foibamento. Tal comemoração, sempre realizada sob forte comoção e ainda com muitos episódios de contestações por parte de familiares dos mortos e de entidades representativas das vítimas, visa conservar e  relembrar a memória dos mártires  italianos massacrados pelo genocídio ocorrido por ocasião da Segunda Guerra Mundial. A Itália não quer apagar e muito menos esquecer  as terríveis consequências desse grave episódio, cujas páginas são consideradas as mais tristes vividas pelo povo italiano. O sofrimento que foi infligido àquelas minorias na era do fascismo e da segunda guerra mundial, tem o profundo sentimento de revolta e inconformismo pela imposição de extrema crueldade com a aplicação dos assassinatos sem limites e de maneira mais cruel que se possa imaginar. O acontecimento foi isolado e regional sem interferência ou qualquer outra motivação direta do conflito mundial instaurado pelo Japão contra os Estados Unidos. Foi  uma verdadeira limpeza étnica e política praticada contra os italianos que, à época, habitavam a Istria e Dalmácia, regiões historicamente italianas. Um dos mais tristes acontecimentos relacionados à participação da Itália no período da segunda guerra mundial, conhecido por Massacre das Foibe. Após o encerramento do conflito entre os aliados e o Eixo, composto da Itália, Alemanha e Japão,  naquela região da atual  Croácia e Eslovênia, e de Trieste, cidade histórica de muitos outros conflitos, dita região passou a pertencer à antiga Iugoslávia. Milhares de pessoas se opuseram à anexação da região de Friuli-Venezia Giulia. Disso resultou perseguição à população itálica, pois parte dos componentes do exército italiano sediado naquela região, e que foram considerados traidores pois assinaram um armistício à revelia do alto comando do exército italiano, o que provocou grande colapso na defesa contra os invasores. Assim, foram fragilizadas  as unidades de controle que  não  conteve o avanço dos partisans iugoslavos comunistas, financiados pela União Soviética e comandados por Josip Broz Tito. O conflito ocorreu entre setembro e outubro de l943, e nos anos  sucessivos que vitimaram cruelmente cerca de 20.000 italianos adultos e crianças, como também no tempo os fascistas, ainda provocando o êxodo de perto de 300.000 pessoas que habitavam a região, pela implacável perseguição imposta pelos invasores. As atrocidades desse episódio aconteceram indistintamente contra a população civil italiana, de maneira brutal e sem trégua, pela ocorrência de matança coletiva à beira das foibe, consistente de cavernas verticais  comuns naquela região. São descritas de forma afunilada em posição invertida e com grande profundidade. As vítimas eram colocadas à beira das foibe, amarradas umas às outras com arames, nos pés e  mãos, formando um cordão  com perto de cinquenta pessoas e, de maneira cruel a primeira era morta à beira da cavidade, sendo empurrada e  jogada para o sumidouro, com as demais ainda vivas, ligadas entre sí, forçosamente caiam juntas e arrastadas, culminando com o assassinato coletivo, de  extrema  crueldade. O enfoibamento manteve-se como o sistema de eliminação mais prático  e preferido pelos partisans comunistas, dada a rapidez e menos cansativo, pois dispensava a abertura de covas. São muitas as foibe localizadas naquela região e que os italianos tiveram muitas dificuldades para a localização delas, para ao menos resgatar as identidades das vítimas. Ainda mais, as autoridades da antiga Iugoslávia nunca permitiram a realização de investigação naqueles territórios, inclusive destruindo os arquivos municipais e de registros dos países então ocupados, visando impedir quaisquer levantamentos para determinar  o exato número de pessoas mortas. A única foiba que permaneceu como território italiano foi a de Bazovica, onde foram encontrados em 500 metros cúbicos de restos humanos, cerca de 2.000 pessoas. Antes de 2004, a Itália manteve silêncio absoluto sobre a existência de tão triste episódio através da omissão pelos governantes comunistas e na mídia, pois fizeram de tudo para os massacres e propriamente a triste história cair  no esquecimento, inclusive omitindo nas escolas a inclusão dos acontecimentos. Com a insistência dos familiares a história veio à tona com a lei, e assim publicações, livros e estudos sobre o tema fizeram justiça às vítimas.

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