Os familiares, amigos, a colônia italiana e principalmente os artistas desenhistas perderam um dos seus mais dedicados membros com a sua perda, aos oitenta e cinco anos de idade. Filho de Francisco Marotti e Isabel Dalmolin Marotti, a sua família composta de imigrantes italianos pelos avós paternos, João Marotta e Josephina Paradiso Marotta, vindos de San Giovanni Apiro, da Província de Salerno, regione da Campania; e do lado materno, Giuseppe Dalmolin e Catterina Lago Marsino Dalmolin, da Província de Veneza. Fez os primeiros estudos no Grupo Escolar São Bernardo e concluiu o nível universitário no Curso de Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela FMU, cujo currículo em muito serviu para a sua vida como cultura geral e em especial na Secretaria de Obras da Prefeitura do Município de São Bernardo, onde aposentou-se. Iniciou sua vida profissional no ramo de alfaiataria com os muito conhecidos profissionais Clemente Saburi e com Luiz Macedo, e ao adquirir bastante experiência abriu seu próprio negócio desse ramo na Rua Marechal Deodoro, dispondo de seleta clientela. Em certa época foi trabalhar em São Paulo, na requintada Casa Vogue, casa de costura da alta classe social da Capital, contando sempre que chegou a atender refinados clientes da sociedade paulistana, especialmente da família Matarazzo, tanto pela origem italiana como também pela grande fama de industriais, cuja relação muito se ufanava. A sua aptidão pelo desenho em grafite se aflorou desde pequeno e daí, orientado por pessoas do ramo, dirigia-se para São Paulo para frequentar a Associação Paulista de Belas Artes, ampliando e aperfeiçoando-se nesse segmento, pois nato. Nessa época manteve ótimas relações com outros artistas desenhistas conhecidos e renomados, com desenhos a grafite, frequentando cursos, simpósios e exposições, valendo muito para a confecção de motivos de prédios, casas e ou-tros imóveis da São Bernardo antiga, dos idos 1940/1950, demonstrando assim o saudosismo de sua infância e juventude ao relembrar sua vida, da estreita convivência com as famílias italianas e nativas da cidade. Infelizmente para os seus admiradores e amantes desse segmento artístico, não se profissionalizou pois limitava-se a desenhar as obras para mostrar aos familiares e amigos e mesmo expor em exposições, guardando todas com muito cuidado e carinho. Com o tempo percebeu a necessidade de aglutinar os interesses e trocas de informações entre os desenhistas da cidade, mediante a fundação de uma entidade, motivando a ASBA – Associação de Belas Artes de São Bernardo, localizada na Rua Padre Lustosa, da qual foi o primeiro Presidente, grande incentivador e que abraçou tal iniciativa com muito carinho. Participou de muitas exposições e teve obras premiadas nos diversos eventos de artes. Em certa época adquiriu uma área localizada no pé da serra, em Caraguatatuba, no Bairro Travessão, construindo ali um sítio denominado – Abra de Dentro.  Lá residiu por perto de dez anos, mas quando a saudade apertava subia a serra para rever familiares e amigos. O signatário revela que desfrutou de sua amizade e por isso passou por lá várias vezes, nas andanças pelo Litoral Norte, e ele sempre ressaltava o ar puro, a descoberta de pássaros nunca vistos e a beleza das plantas nativas e flores, e revelando que com o silêncio e mansidão do local, concentrava-se e desenhava as figuras dos prédios antigos da cidade, sua marca registrada. Foi Presidente da AFPMSBC – Associação dos Funcionários Públicos do Município de São Bernardo, participou no carnaval do Dragões de Ouro, criava fantasias para os concursos com o tema proposto, frequentou o Clube Bochófilo, a Sociedade Cultural Brasilitália, e dava aulas de desenho no Paço Municipal, tendo assim uma vida participativa no seio da sociedade da cidade, figura muito querida e respeitada. Deixa a viúva, Joana Tomazini Marotti, cujo namoro aos 12 anos de idade frutificou com o casamento e tiveram os filhos: Armando Sérgio Filho (in memoriam), Roseli, Edson (in memoriam) e Elisa, e os netos, Armando Sérgio Neto, Michel, Rafael, Gabriela, Gabriel, Erica, e os bisnetos: Yasmin, Nicolas, Enzo, Luca, Levi, Lara, Alice, Elis, Luan, Mariah e Nicole, e os irmãos: João José (in memoriam), Josephina Regina (in memoriam), Antonio Salvador (in memoriam), Pedro Waldomiro, Oswaldo José, Luiz Carmino e Mário Brás. Considerava e tratava com muito carinho as pessoas de Vilma Rodrigues e Antonio de Pádua Oliveira, como filhos adotivos, dada a estreita convivência, atitude respeitada por toda a família. O seu legado se perpetua com a lembrança do seu caráter e os grafites.