25 Apr 2024


Il fenomeno delle acqua alta a Venezia

Publicado em Luiz José M. Salata
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A cidade italiana de Veneza, Capital do Veneto, a Sereníssima, titulo para definir as suas belezas arquitetônicas, históricas e naturais, a cidade conhecida por “em cima da água”, enigmática, insuperável e recordista no turismo internacional, passa por terrível tragédia. A alta da maré da forma como está ocorrendo não é comum, pois ultrapassou os limites até então nunca previsíveis ao sofrer sua pior inundação em cinquenta e três anos. Normalmente, essa maré alta acontece nessa época do ano, motivo das visitas de um grande número de turistas que se interessam pelo fenômeno, mas que, pelo fato inviabilizou a chegada deles e ainda causando prejuízos astronômicos em todos os segmentos da cidade. Relembrando a inundação de novembro de 1966, a atual de doze de novembro, terça-feira, às 21h, 17h de Brasília, começou a se materializar com um vento superior ao previsto que se levantou, empurrando com força a água do Adriático para a Laguna de Veneza. A previsão pessimista de um máximo de 160 centímetros, para as 23h, mas foi superada às 22h40, pois  a maré já alcançava 180 centímetros, e às 23h, já chegava na marca de 187 centímetros, causando danos inimagináveis em todos os aspectos, bastando apontar a altura na Piazza San Marco, com a invasão das águas na Basílica e em todos os locais de comércio da praça, como o Café Florian e Café Lavena, dentre os imóveis datados de meados do ano de 1700, com muita história. Os prejuízos são incalculáveis sob o aspecto histórico e financeiro, com os registrados na Basílica di San Marco, pois se encontra nas proximidades de um dos pontos mais baixos da cidade e localizada na Piazza, sendo um dos monumentos mais afetados. Quando a água entra na Basílica, gera danos irreversíveis que se evidenciam com o tempo, pois a água salgada se evapora, corroendo o mármore e quebrando os mosaicos. Em toda a história da Basílica, construída no ano de 828 e reconstruída depois de um incêndio em 1063, apenas por cinco ocasiões o vestíbulo foi inundado. O edifício que conserva mosaicos bizantinos  e o corpo de São Marcos, Padroeiro da cidade, padeceu da invasão pelas águas apenas por cinco vezes em 1200 anos, no pavimento milenar de mosaicos de mármore e alagou completamente o batistério e a capela, arruinando portões de bronze bizantinos, colunas e peças de mármore, com a demonstração de fragilidade dos meios de defesa. É lamentável constatar a invasão das águas além da Piazza di San Marco, também o grande número de comércios nessa praça, como nos locais próximos, lojas, bares, hotéis e restaurantes, as centenárias livrarias, principalmente a Librerie L’Acqua Alta, que dispõe de prateleiras bem elevadas para defesa dos seus centenários produtos. A vida continuando na cidade turística, em que pese à tragédia, com atendimento aos seus clientes turistas que lá procuram conhecer a cidade, mesmo portadores de galochas acima dos joelhos, com as águas nessa mesma medida, não se importam e à medida da baixa das águas, cada vez mais vão chegando. É motivo de riso e curiosidade, mas afastada tal situação real, torna Veneza além de tudo, torna sempre motivo de grande interesse nas visitas de milhares de turistas. Diz a história que Galileu Galilei já estudava os efeitos das marés em Veneza, no fim do século 14 e início do 15, influenciando a construção de barreiras marítimas de comportas metálicas amarelas visando barrar a invasão das águas. Nos tempos atuais foi criado o Sistema Mose (Modulo Sperimentale Elettromeccanico), consistente de uma barreira móvel que repousa no fundo do mar quando a maré está baixa, mas se ergue acima da superfície para impedir a entrada das águas quando ultrapassam o limite máximo, com medida de dois metros. Vale dizer que, nos últimos anos a cidade de Veneza afundou 23 centímetros, considerando que foi construída quase na linha da água, o que exige a urgente providência do término das barreiras, visando solução para se evitar uma catástrofe no grande acervo arquitetônico, cultural e turístico. Os golpes fatais que comprometeram tal situação na possibilidade de transformar Veneza na Atlântida italiana, veio com a realização do Polo Petroquímico  de Porto Marghera, com a escavação de canais profundos de navegação, a entrada de transatlânticos na orla, o livre tráfego marítimo e a quantidade de lixo industrial jogado nas águas da laguna. Enfim, o grande mal da corrupção com o deliberado aumento dos custos que inviabilizaram o término do viável projeto, ensejaram o lamentável atraso que poderia evitar a anunciada tragédia. O aviso da natureza já foi dado.

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