19 Apr 2024


Candinho Portinari - a vida em Brodowski (II)

Publicado em Luiz José M. Salata
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Seguindo os relatos sobre o inicio da vida de Candido Portinari, cabe destacar o fato de que a comune de Chiampo, Província de Vicenza no Veneto, onde nasceu seu pai, Giovan Battista Portinari, firmou em 27 de outubro de 2019, o protocolo do “Patto di Gemellaggio” com a cidade de Brodoswski, tornando-se assim cidades-irmãs. A cerimônia ocorreu no Museu Casa de Portinari, situado em Brodowski, na Praça Candido Portinari, nº 298, sua antiga residência desde a infância e até a juventude onde foi catalogado o acervo da vida do artista, onde em frente foi construída a Capela de Santo Antonio.  Na oportunidade, a comitiva da comune de Chiampo lá compareceu, composta do Sindaco – Sig. Matteo Macilotti, Conselheiro de Obras Públicas – Sig. Filippo Negro, Conselheira de Cultura – Sig.ra Sofia Bertoli, Conselheira do Grupo Majoritário da Comune - Sig.ra Sara Mettifogo, Pároco da Comune – D. Vittorio Montagna, e Presidente da entidade  Vicentini nel Mondo – Sig. Ferruccio Zecchin. A comitiva foi recepcionada em marcante e significativa sessão solene pelo Prefeito de Brodoswski – José Luiz Perez, Professor, Historiador, Fundador e Diretor-Geral do Projeto Portinari, seu único filho – João Candido Portinari, Diretora do Museu Casa de Portinari – Profa. Angélica Fabbri, demais re-presentantes dos órgãos oficiais da cidade e região, clube dos ciclistas,  Coral Escolar, estudantes e população em geral. Após as formalidades de praxe o documento do gemellaggio foi assinado, com discurso do Prefeito de Brodowski, que ressaltou a importância da união, pois a cidade ganha muito tendo como objetivo ampliar os negócios, o setor empresarial e políticas públicas, as artes voltadas para a vida de Portinari, tudo em forma de cooperação mútua. Já o Sindaco de Chiampo em sua fala, considerou que Portinari se torna filho de sua terra haja vista a origem de seu pai, e que de lá partiu para construir um futuro melhor no novo mundo, ainda invocando que a certeza de que tal fato te-nha enchido de alegria o coração do filho dileto. Ainda acrescentou que o gemellaggio ora firmado representava para Chiampo a retribuição ao acolhimento dado aos italianos que vieram para o Brasil em meados do fim do século XIX. Os municípios são assim ligados à vida de Candido Portinari, visto a estreita relação dos Portinari com as cidades gemellatas, visto a projeção da vida daquele que foi considerado um dos maiores pintores do século XX. Brodowski é a terra de nascimento de Candinho e Chiampo de seu pai, Giovan Battista, sendo que, sua mãe, Domenica Torquato, nasceu na comune vizinha de Bassano Del Grappa. Assim, os habitantes das cidades gemellatas são considerados irmãos que a história dividiu, mas chegou o tempo para a reunião em uma grande família. No inicio da cerimônia de assinatura do gemellaggio, o Coral de Estudantes entoou o Hino Italiano, do Brasil e músicas típicas. A seguir, o Sindaco de Chiampo deu uma volta de bicicleta em frente ao Museu, esclarecendo que esse é o seu sistema de transporte de casa para a Prefeitura. Foi cumprida a programação com a visita da comitiva à Fazenda Santa Rosa, primeiro local onde os Portinari se estabeleceram; seguindo para cidade de Batatais na Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, onde estão expostas vinte e oito obras de Portinari, dentre elas a Via Sacra e de Santos, conjunto considerado o maior acervo sacro do artista, inclusive na Sacristia existe o afresco em tamanho natural do próprio artista, em bom estado de conservação. Foi lançado o livro “Poemas de Portinari”, publicado pela Funarte e pelo Projeto Portinari. Retornando à vida de Portinari, já menino crescido, sabedor da história dos pais e de Chiampo, falava que não nasceu entre os pinhais, os vinhedos ou os olivais do Veneto sobre as colinas que ondulam até o esplendor das dolomitas, mas foi nos cafezais da Fazenda Santa Rosa, em Brodoswski. No primeiro dos seus poemas, já escrevera: “Sai das águas do mar, e nasci no cafezal de terra roxa.” Com esses versos quis dizer que seus pais, imigrantes italianos atravessaram o Mediterrâneo e o Atlântico para que ele viesse ao mundo nas terras roxas da região que jamais esqueceria e que fez parte integrante no futuro de suas pinturas e versos. Muito apegado à família e às avós, Maria e Pellegrina, foi por elas sendo orientado para a pintura, cujos primeiros rabiscos foram acontecendo demonstrando grande interesse pelas artes, até que aos dez anos fez o primeiro, conhecido por “Retrato de Carlos Gomes.” Foi o início de tudo na sua gloriosa vida de pintor e artista plástico.    (Continua). 

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