20 Apr 2024


Ennio Morricone - deu sons e vida em mais de quinhentas trilhas musicais (II)

Publicado em Luiz José M. Salata
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 A carreira do festejado maestro, foi lembrado no início pelos trabalhos reconhecíveis e que, desde então mudaram o universo das trilhas sonoras, para sempre. Nos filmes western-spaghetti, ninguém sabia direito quem era Clint Eastwood, quando se ouviu pela primeira vez  o violão e o som  de assobio no letreiro  de “Por um punhado de dólares”, a música de um gênio  já demonstrava modificar totalmente as trilhas musicais dos filmes. Desse modo, com o seu inigualável talento conseguiu no decorrer do tempo o que muitos outros musicistas não fizeram. Ele conseguiu transformar filmes medíocres em obras de arte e ótimos filmes em lendas. Do seu legado histórico de mais de quinhentas trilhas sonoras, destacam-se: em 1964, o já referido “Por um punhado de dólares”, com sucesso estrondoso guardou uma estratégia de seu parceiro o Diretor Sérgio Leone. O qual pelo fato da música ter sido composta antes do longa ser filmado, ficou exposto que  se prolongava as cenas  só para deixar a música ser tocada na íntegra, cujo resultado disso mudou o cinema para sempre. Em 1966, em “Três Homens em Conflito”, criou termas para cada um dos personagens, associando para cada um deles um som específico. No ano de 1968, ainda com Sérgio Leone criou uma das trilhas sonoras mais inesquecíveis para o longa metragem “Era uma vez no oeste”, com um clima muito mais romântico e melancólico do que sua trilogia faroeste. Mais uma vez a trilha foi composta antes das filmagens, tocando as faixas no estúdio para que os atores atuassem em cima das composições. Também em 1968, em “Os violentos vão para o inferno”, com o diretor Sérgio Corbucci, frequente de spaghetti-westerns, criou mais uma vez uma faixa bem reconhecível. No ano de 1969, apesar do clima distinto do faroeste, em “Queimada”, era muito mais do que esse gênero, conforme a trilha sonora do filme provando a sua versatilidade, com muito mais batidas e coro marcante. Em 1984, em “Era uma vez na América”, o quarto filme com Sérgio Leone, encerrando a parceria histórica, compôs uma das suas melhores criações com a flauta melancólica. Em a “Missão”, de 1986, longa de Roland Joffé, considerada uma das trilhas mais relembradas, contando a história de um missionário jesuíta na América do Sul combinou cantos litúrgicos com batidas, cantos hispânicos e cordas refletindo as diferentes culturas. Em 1987, com “Os Intocáveis”, da parceria com Brian De Palma criou uma melodia com trompetes que bem combinou com a atmosfera do submundo dos crimes nos Estados Unidos, com um sentimento de expectativa crescente. No ano de 1988, com o diretor Giuseppe Tornatore, no filme “Cinema Paradiso” criou um tema sobre a vida de um cineasta e o nascimento de seu amor pelo cinema com o investimento em um instrumental mais intimista e delicado, com piano e uma celesta de cordas, com teclado de lâminas de metal que atenuam ou prolongam o som. Em 2015, no filme “Os oito odiados”, único filme sob a direção de Quentin Tarantino, marcou o seu retorno ao gênero faroeste e que representou a merecida vitória no Oscar. Tal fato foi grande falha da Academia do merecimento tardio ao compositor do prêmio mais famoso da indústria cinematográfica, pois o último a reconhecer com a estatueta a sua farta e justa contribuição. Há uma infinidade marcante dos melhores temas das trilhas musicais de todos os tempos, o que demonstra toda a sua produtividade nessa atuação de longos anos, mas que, depende muito do bom gosto de cada um dos seus admiradores que guardam para si a opção de escolha das melhores obras. Compareceu no Senado Italiano com toda a orquestra para uma apresentação, quando no final recebeu, de surpresa da Senadora Presidente Maria Elisabetta Alberti Caselatta uma importante  comenda que muito o emocionou, a tal ponto de não conseguir agradecê-la, pois lhe faltaram as palavras, mas com lágrimas, dada a sua simplicidade, sendo muito aplaudido. A última composição do Maestro é uma música  dedicada às quarenta e três vítimas do desabamento da Ponte Morandi, em agosto de 2018, em Gênova. A obra musical se chama Tante Pietre a Ricordare e, conforme estava previsto será executada na noite anterior à inauguração da nova ponte já marcada para o final do mês de julho. Em sessão solene, de dezessete de julho,  a Assembléia de Roma aprovou por unanimidade o projeto de renomeação do Auditorium Parco della Musica para Auditorium Ennio Morricone, considerado o maior complexo musical da Cidade Eterna, justa homenagem. Faleceu aos seis de julho último, com 91 anos, de causa da fratura de uma das pernas.  

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