20 Apr 2024


A Calçada do Lorena no Caminho do Mar

Publicado em Luiz José M. Salata
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A Calçada do Lorena, nome dado ao seu idealizador, nascido em 1756, relegada pelo passado, não recebe o reconhecimento por sua real e indiscutível importância na ligação do litoral ao planalto (Cubatão/São Bernardo), nos idos desde 1792. A sua importância histórica  propiciou expansão comercial e desenvolvimento na época. Localiza-se nas encostas da Serra do Mar e substituiu as picadas feitas pelos indígenas que, até então servia como único caminho, mesmo precário, para aqueles que se dirigiam para o planalto. O projeto de construção pela idéia de Da. Maria I, Rainha de Portugal, à época chamada de Da. Maria, a Louca, mas que, pela previsão que teve, tal apelido não procedia por sua moderna visão. A história remonta a gestão do Governador da Província de São Paulo, Bernardo José Maria Lorena e Silveira, conhecido por Bernardo de Lorena, fidalgo e administrador português, por quase nove anos, de 19 de agosto de 1788 a 28 de junho de 1797. Foi um excelente administrador pelas obras realizadas, pois tratou de melhorar tanto os centros urbanos e o interior da Província de São Paulo. Construiu o quartel na cidade, chafariz no Largo da Misericórdia, calçamento das ruas, o Teatro da Ópera, levantamento topográfico da capital, demarcou os limites das Capitanias de São Paulo e Minas Gerais. Atendeu o desejo da Coroa,da Rainha Da. Maria I, na realização do projeto de construção da pretendida ligação. Participou dos levantamentos dos limites das fronteiras do Brasil,nos termos do Tratado de Santo Ildefonso, entre Portugal e Espanha, feitos pelos membros do Real Corpo de Engenheiros de Lisboa, responsáveis pela demarcação.Com a vinda deles, interveio para a assunção da obra liderados pelo Brigadeiro João da Costa Ferreira, que se destacou na reconstrução de Lisboa, destruída pelo terremoto de 1755, que assumiu o projeto e  utilizou algumas soluções técnicas que ainda hoje desafiam a engenharia moderna, pelas valas de empréstimo, que foram adotadas na construção da Transamazônica.As medidas destinadas ao desenvolvimento da economia paulista, foram as de estabelecer o monopólio negocial do porto de Santos e a construção do caminho calçado na Serra do Cubatão, ligando assim Santos e São Paulo, causando assombro e justo motivo de espanto da população, pela ousadia. A particularidade da construção é que foi feita em zigue-zague, para vencer os desníveis de mais de oitocentos metros, o que causou admiração da população e dos estrangeiros, pela portentosa qualidade da obra Foi a primeira via pavimentada da América.É chamada a Estrada da Independência, pois D. Pedro I, seguiu de Santos para São Paulo, onde em  7 de setembro de 1822, proclamou a independência. Ao tempo, a Calçada foi abandonada pela construção de outros caminhos. Em 1922, o Governador Washington Luis, a recuperou e construiu o Padrão de Lorena,em homenagem ao idealizador, com um mosaico de azulejos que formam o retrato de Lorena, justamente no ponto de encontro da Calçada do Lorena com a atual Estrada Velha do Mar, e um belvedere, onde se avista toda a baixada santista e as paisagens naturais da Serra do Mar, com um arco, e no topo uma pesada bola de pedra, com cruz em cima, de nome esfera armilar,símbolo das conquistas marítimas portuguesas, mas lá não mais se encontra, pois furtada.Bernardo de Lorena, faleceu em 1818, em Lisboa, só e abandonado, como atualmente a Calçada,  na enorme área administrada pela Eletropaulo.     

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