18 Apr 2024


Euclides da Cunha – O Engenheiro Escritor

Publicado em Luiz José M. Salata
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Na evolução do mundo moderno através dos tempos no século XXI,  percebemos que os nossos ídolos das diversas esferas foram sendo esquecidos. Desse modo, se verifica que a marcante figura de Euclides da Cunha se encontra nesse rol, em que pese a sua notável atuação de sua formação intelectual e  profícua vida pública e política.  Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha, seu nome completo, nasceu na Fazenda Saudade, em Cantagalo – RJ, aos 20 de janeiro de l.866, filho de Manuel Rodrigues da Cunha Pimenta e Eudóxia Alves Moreira da Cunha. Assim, comemora-se os 150 anos de seu nascimento. Ficou órfão de mãe aos três anos de idade, sendo educado pelos tios e avós. Em l.883,  matriculou-se no Colégio Aquino, no Rio de Janeiro, aluno de Benjamin Constant, sendo influenciado com a filosofia positivista de Augusto Comte. Ingressa a seguir na Escola Politécnica,cursando um ano de Engenharia Civil, no ano seguinte na Escola Militar da Praia Vermelha, reencontrando o professor Benjamin Constant. Passou a escrever para a revista da escola, A Família Acadêmica, e seguido pelo professor e pelos cadetes, foi convertido ao ardor republicano.Dita convicção resultou na afronta praticada contra o Ministro da Guerra Imperial, por ocasião de revista às tropas. Em l.888, deixou o Exército. Participou ativamente a  seguir na propaganda republicana, escrevendo artigos no jornal A Província de São Paulo. Com a Proclamação da República, foi reintegrado no Exército e promovido ingressou na Escola Superior de Guerra, fazendo o curso de artilharia e engenharia militar, tornando-se primeiro tenente e bacharelou-se em matemática, ciências físicas e naturais.Em l.890, casa-se com Ana Emília Ribeiro, filha do major Sólon Ribeiro, um dos líderes republicanos. Dando baixa na Escola de Guerra foi designado coadjuvante de ensino na Escola Militar. A partir de l.893, continuou a atuar na imprensa, escrevendo artigos sobre diferentes problemas do país. Deixando a carreira militar dividia o seu tempo,  como engenheiro civil e colaborando com o jornal O Estado de São Paulo. Em l.897, durante a fase inicial da Guerra de Canudos, escreveu dois artigos intitulados, A Nossa Vendeia, que lhe valeram o convite do Estadão para rumar para a Bahia, a fim de presenciar o conflito como correspondente e testemunhar as operações do Exército, cujos relatos eram passados por telégrafo.Considerava que o movimento de Antonio Conselheiro visava a restauração da monarquia. Por lá permaneceu por três meses para observações, saindo de Canudos quatro dias antes  do fim da guerra, não presenciando o encerramento do conflito. Dos artigos,reuniu vasto material para que, durante cinco anos elaborar, Os Sertões, na cidade paulista de São José do Rio Pardo, quando liderou a reconstrução de uma ponte metálica que ruíra. O livro trata  da campanha de Canudos, de l.897, na Bahia, e ao elaborá-lo percebeu que, conforme tinha em mente que não se tratou de movimento monarquista, mas sim de revolta de sociedade diferente da litorânea e que  mostrava o interior do Brasil, com detalhes envolventes sobre tão destacada descoberta. Com a obra editada em l.902, sua “Magnus Opus”, pré-modernista, que é dividida em três partes: A Terra, O Homem e A Luta, relata as características geológicas, botânicas, zoológicas e hidrográficas da região e a vida, os costumes, e a religiosidade sertaneja, e mais o conflito armado.Tornou-se internacionalmente conhecido, valendo assumir vagas na Academia Brasileira de Letras e Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Em l.904, foi nomeado Chefe da Comissão Brasileira do Alto Purus, com o objetivo de demarcação das terras.Faleceu aos 15 de agosto de l.909, no Rio de Janeiro, assassinado pelo desafeto Dilermando de Assis. Deixou muitos outros livros, centenas de artigos publicados em jornais e revistas, filmes, documentários e séries, além de livros escritos por terceiros baseados em Os Sertões. Anualmente, são realizados eventos da Semana Euclidiana, para manter viva a memória do notável escritor, em muitas cidades.

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