20 Apr 2024


O absurdo do fechamento do Museu Paulista (Ipiranga) por 9 anos

Publicado em Luiz José M. Salata
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O Museu Paulista da Universidade de São Paulo, denominação oficial, conhecido por Museu do Ipiranga, o Edifício Monumento, situado à Rua Brigadeiro Jordão, nº 149, Parque da Independência, Bairro do Ipiranga, na Capital, ficará fechado ao público até setembro de 2022, para obras de premente e imediata restauração. O Museu foi  fundado em sete de setembro de l.895, então denominado Museu de História Natural, sendo considerado o marco representativo da Independência, propriamente da História do Estado de São Paulo e do Brasil. O prédio tombado nas três esferas do patrimônio histórico pátrio, passa atualmente por operações de obras preventivas em sua estrutura, para restauro, tanto da fachada quanto das partes internas, inclusive das peças apuradas em separado, ficando claro o lamentável estado de conservação dos mesmos, pela falta de manutenção no decorrer dos tempos. De toda essa ocorrência, lamenta-se a falta de responsabilidade da gestão, pois inexplicável o abandono das tão admiráveis peças históricas, o que não se registra nos museus dos demais países, principalmente da Europa, que mantém as suas obras em perfeito estado de organização e conservação.Fechado às pressas, sob risco ao público, no dia quatro de agosto de 2013, sem quaisquer previsões para tanto, no sentido de prévia comunicação pela mídia, pois mi-lhares de pessoas continuaram a comparecer com regular freqüência no histórico prédio, os escolares em todos os níveis vindos dos diversos rincões brasileiros, valendo dizer popularmente, “batendo o nariz na porta”. Nota-se que, as necessárias providências não foram efetivadas durante todo esse tempo de quatro anos.. O que se lamenta é que, sem qualquer prévia comunicação a direção la-crou as portas, visto a interdição oficial pela precária e inexplicável situação do estado geral, mas acima de tudo pela absoluta falta de segurança, pois o risco de vida estava explícito pela iminência de despregamento parcial das lajes e paredes e demais componentes do prédio. As teias de aranha, as colônias de cupim, a sujeira geral, os forros das salas prestes a desabar, o descascamento das pinturas,o musgo se desenvolvendo, as infiltrações de água das chuvas, as portas, e fechaduras antigas todas emprerradas,  demonstram o despreparo para a administração de tão grandioso acervo. Assim, além da segurança aos visitantes, também diretamente ao precioso acervo composto de cento e cinqüenta mil peças, a biblioteca com mais de cem mil volumes e um centro de documentação com perto de quarenta mil papéis e manuscritos.Desse modo,  nota-se o total  desprezo e a absoluta falta de condições de gestão do maior acervo de nosso país, pois retrata toda a história política dessa época, mas também de outros aspectos das riquezas nacionais e da vida cotidiana. O Museu se trata do mais importante marco da história pátria, principalmente de D. Pedro I e D. Pedro II, mas simbolizando diretamente a Independência do Brasil, em sete de setembro de l.822. Uma das  mais notadas obras ali abrigadas, de pintura a óleo sobre tela, com dimensão de 415 cm por 760 cm, se re-fere ao quadro de Pedro Américo, de 1888, produzido em Florença, na Itália,  a mais artística peça conhecida no Brasil,  denominada Independência ou Morte” ou Grito do Ipiranga”, retratando D. Pedro I e sua comitiva, na colina do Ipiranga, embanhando a sua espada e bradando “Independência ou Morte”.  O acervo do Museu é composto de milhares de peças dessa época, atualmente esparramadas em outros prédios, principalmente na Pinacoteca do Estado. O abandono do entorno tombado é refletido pelo poluído riacho do Ipiranga. Segundo consta, a reinauguração deverá ocorrer na data do bicentenário da Independência, caso todo o planejamento de sua reforma seja regularmente fiscalizado e cumprido. Uma pena e o nosso lamento, pois tudo isso reflete a calamidade que o país atravessa atualmente em todos os níveis da vida cotidiana e das nossas instituições.     

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