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Sabina recebe tartaruga marinha resgatada em praia do RJ

Publicado em Cidades
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A partir deste sábado (16), quem visitar a Sabina - Escola Parque do Conhecimento, em Santo André, vai poder conhecer a nova moradora do tanque oceânico: uma tartaruga-verde. A espécie foi retratada na animação "Procurando Nemo", por meio do personagem "Crush", que deu carona para o pai do Nemo, em sua viagem pelo oceano em busca do filho. A tartaruga que chegou à Sabina não pode mais nadar livremente, mas teve a sorte de ser encontrada e receber tratamento adequado.

O nome científico da espécie é Chelonia mydas. A tartaruga foi encontrada encalhada por biólogos da CTA - Serviços em Meio Ambiente, numa praia do estado do Rio de Janeiro, e levada para o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Araruama (RJ), pois estava com o olho esquerdo bastante machucado. Os veterinários tiveram que retirar o olho doente, ainda com a intenção de devolver a tartaruga à natureza. Porém, logo descobriram que o outro olho também estava comprometido por uma doença chamada fibropapiloma, um tipo de verruga originada por um vírus que só ocorre nas tartarugas marinhas, principalmente na tartaruga-verde.

Depois de cuidar da tartaruga por alguns meses, a equipe veterinária da CTA descobriu que essa verruga prejudicou o globo ocular e poderia causar mais machucados se não fosse tratada continuamente e a tartaruga não pôde mais voltar para a natureza. Por isso, o animal foi encaminhado para o tanque oceânico da Sabina, gerenciado pelo Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha, responsável pelos espaços com vida marinha da Escola Parque. O tanque, com 120 mil litros de água salgada, é o novo lar desta tartaruga-verde juvenil, que vai poder nadar tranquilamente.

"Trata-se de uma situação na qual o animal não poderia retornar à natureza, pois teria dificuldades para se alimentar e poderia ser atacado por predadores com muita facilidade. Sem dúvida, neste caso, a melhor solução é proporcionar ao animal qualidade de vida em um recinto adequado e monitorado por equipe especializada, onde poderá servir de importante ferramenta para a educação ambiental. A ideia é promover a mobilização da sociedade em face dos grandes problemas que a fauna marinha vêm enfrentando, bem como servir para geração de conhecimento científico, através da publicação de artigos científicos acerca da espécie, em parceria com as universidades”, comentou o oceanólogo Hugo Gallo, presidente do Instituto Argonauta.

A doença dessa tartaruga marinha vai ajudar os monitores e educadores da Sabina a mostrar que a poluição dos mares e oceanos é um problema grave e que cuidar do meio ambiente é muito importante e uma tarefa de todos, desde as crianças até os adultos. Em todo mundo existem pesquisadores que estudam essa doença e mostram que a presença do fibropapiloma nas tartarugas marinhas pode estar associada à poluição dos mares. Hoje, quando centros de reabilitação como o Instituto Argonauta e a CTA resgatam tartarugas, a grande maioria apresenta essa doença pelo corpo, o que não acontecia anos atrás.

“Um dos pilares do trabalho da Sabina é a conscientização para a preservação ambiental. A chegada da tartaruga-verde representa muito para todos nós, pois além de ofertarmos qualidade de vida a um animal que não pode voltar à natureza, nos coloca frente a frente com um problema que não está distante do cotidiano. A poluição marinha é uma realidade crescente que não pode ser ignorada, pois causa impactos diretos em todo o ecossistema, refletindo em nossas vidas", destacou a coordenadora da Sabina, Ana Paula Rezende Leão. "Precisamos reverter esse problema e, para isso, uma das estratégias é mostrar às crianças e adultos, causas e consequências de nossas ações, sensibilizando para o consumo consciente, reciclagem e questões como o tratamento de redes de esgoto lançadas diretamente ao mar, entre tanto outros assuntos”.

Características – A nova moradora da Sabina tem 49 cm de comprimento do casco e quase o mesmo tamanho de largura, 48,5 cm, pesando cerca de 15 kg. Chegou na Sabina em janeiro de 2019, mas teve que ficar em quarentena, ou seja, recebendo cuidados especiais para se ambientar à sua nova casa. Nesse período, ela engordou 2 kg e ganhou 1 cm de comprimento.

Os oceanólogos, biólogos e veterinários do Instituto Argonauta ainda não podem precisar a idade, mas sabem que é um animal jovem, em fase de crescimento. Essa espécie de tartaruga vive até 100 anos e pode chegar, quando adulta, a 145 cm e 220 kg. É um animal onívoro (come de tudo) quando nasce, mas torna-se herbívoro quando adulto, preferindo algas. Não é possível também identificar se é um animal macho ou fêmea, já que as tartarugas marinhas demoram 30 anos para alcançar a fase reprodutiva, quando fica possível identificar o sexo pela aparência de sua cauda.

A tartaruga-verde habita os oceanos de regiões tropicais e subtropicais ao redor do mundo. É uma das cinco espécies que ocorrem no Brasil - todas ameaçadas de extinção. No Brasil, esta espécie desova nas ilhas oceânicas de Trindade, Fernando de Noronha e Atol das Rocas. No litoral brasileiro ela passa a maior parte do tempo se alimentando e é frequentemente avistada nas proximidades da costa paulista.

Nome – Os visitantes da Sabina serão os responsáveis por escolher o nome da nova moradora. Para participar basta entrar no site da Sabina (http://sabina.santoandre.sp.gov.br/index.php/menu-noticias/197-pagina-votacao-tartaruga) e escolher o nome preferido entre as opções sugeridas. A votação vai até 5 de abril e o resultado será divulgado no dia 9 de abril.

A Sabina Escola Parque do Conhecimento, inaugurada em 2007, foi criada para atuar com um grande laboratório científico para as escolas, não só da rede municipal, mas da pública e privada, desmistificando a ciência e as artes por meio de experiências interativas e divertidas. Aos finais de semana a Sabina abre as portas para o público espontâneo.

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