O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC realiza, a partir desta quinta (18), até o sábado (20), o 9º Congresso da categoria. Instância máxima de decisão, é a partir das discussões e dos encaminhamentos tirados no Congresso que são definidos os rumos, projetos e políticas que vão nortear a atuação do Sindicato para os próximos anos.

A abertura será realizada às 18h30, com uma mesa de debate sobre o tema “Democracia em risco” com a participação do economista Luiz Gonzaga Belluzzo e da presidente do Sindicato dos Bancários, Ivone Silva, palestrantes convidados.

Nos dois dias seguintes, os cerca de 700 delegados, divididos em grupos de trabalho, vão debater temas prioritários para a ação sindical, elaborar e defender propostas que, ao final do Congresso, serão apreciadas e votadas em plenário. Entre os temas definidos estão Saúde, Comunicação, Formação, Cultura, Juventude, Mulheres, Igualdade racial, Pessoa com deficiência, além de discussões gerais sobre estratégias de organização sindical, negociação coletiva, representação e representatividade.

Segundo o presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, o tema “Democracia” foi escolhido para iniciar os debates devido à gravidade do momento político vivido hoje no Brasil. “Democracia pressupõe, antes de tudo, o direito de falar, a obrigação de ouvir e a necessidade absoluta de tolerar as divergências. Infelizmente esse direito está em risco em nosso páis.”, ressalta.

Wagnão reforça que as instituições do Estado que deveriam e têm por obrigação preservar os direitos e o acesso à livre opinião não estão fazendo seu papel. “Ao contrário, o que constatamos é desde o golpe de 2016 a postura das instituições tem sido, por várias vezes, contrária aos princípios democráticos. Para que o golpe tivesse sucesso, muitas regras da democracia foram quebradas”, argumenta.

O presidente lembra que o Brasil vive também um momento de intolerância em relação às pautas das mulheres, dos negros, movimentos sociais, ou seja, dos setores que de alguma forma são vulneráveis perante à sociedade.

O secretário-geral do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, lembra que a primeira mesa, da abertura, é o momento em que os participantes do Congresso podem ter acesso à visão de profissionais e representes da sociedade civil, para além da categoria, a respeito de assuntos que vão permear todas as discussões seguintes. “É um espaço extremamente importante no processo, que gera uma série de reflexões que contribuem de forma significativa para os debates posteriores”, explica.

Neste sentido, reforça o dirigente, não haveria tema mais pertinente para abrir as discussões. “Partimos da constatação de que este 9º Congresso não acontece em tempos de normalidade. Ao contrário, passamos por um momento difícil e complexo, com sérias consequências e impactos aos trabalhadores e a toda sociedade. Vemos ameaças e agressões, retrocessos na legislação e truculência. Como entidade sindical e categoria representativa que somos, temos de falar sobre isso e nos posicionar de forma contundente contra essa situação.

A abertura e o encerramento do Congresso são abertos ao público.

Segue programação:

9º Congresso dos Metalúrgicos do ABC – De 18 a 20 de julho

Tema: Outro Brasil é possível

Quinta (18)

18h - Mesa de abertura: Democracia

Palestrantes convidados: Luiz Gonzaga Belluzzo e Ivone Silva

Sexta (19)

Apresentações, trabalhos em grupo, plenárias temáticas e deliberativas

Temas: Trabalho e Indústria / Regionalidade / Trabalho de base

Sábado (20)

Manhã: Apresentações, trabalho em grupo e plenárias

Tema: Estrutura e Organização Sindical

Tarde: 15h – Plenária de encerramento

Convidados: Luiz Marinho (ex-prefeito de São Bernardo), João Pedro Stedile (coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra/MST), Guilherme Boulos (liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto/ MTST), Gleisi Hoffmann (presidente nacional do PT)