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Diadema promove 'Agricultura Urbana' com orgânicos

Publicado em Cidades
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O consumo de orgânicos garante qualidade de vida e o aumento da imunidade por serem produtos sadios cultivados sem agrotóxicos. Com esse propósito, a Prefeitura Diadema realiza o Programa Agricultura Urbana que fomenta o plantio de hortaliças na cidade permitindo a 758 munícipes cultivarem hortas comunitárias. As plantações ficam em áreas públicas, como locais onde passam linhas da rede elétrica, em escolas, instituições e Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e outros terrenos municipais em bairros. O manejo envolve o cuidado com verduras, temperos e ervas.

“O Programa Agricultura Urbana também busca fortalecer os vínculos comunitários, valorizar a cultura popular, manter o meio ambiente sustentável e proteger as áreas públicas do descarte irregular de lixo e entulho”, afirma o secretário municipal de Segurança Alimentar José Dourado. Além disso, a iniciativa promove a boa alimentação e oferece a possibilidade de geração de renda aos participantes, com a venda do excedente da produção. “Diretamente, o consumo de hortaliças saudáveis beneficia cerca de 6.500 pessoas, que são os familiares dos participantes, e também aqueles moradores que vão até as hortas comunitárias comprar orgânicos”, avalia José Dourado.

Com plantio diverso, as hortas comunitárias produzem alface, couve, almeirão, chicória, catalônia, rúcula, escarola, salsinha, cebolinha, coentro, manjericão, erva-cidreira, hortelã, melissa, poejo e erva-doce.

Entre os participantes do programa está Clarice Antônia Caberlino Boton que cuida de sete canteiros na Horta Comunitária do Jardim Padre Anchieta. Ela relata que a ideia do plantio surgiu depois de observar um terreno que estava cheio de lixo. “Esse local ficava ao lado de uma escola municipal daqui do bairro. Fui falar com a diretora do nosso interesse em fazer uma horta, cuidada pela comunidade, e ela acolheu a nossa proposta. Depois,  procuramos a Secretaria de Segurança Alimentar que nos deu toda orientação e ajuda para iniciarmos o projeto”, diz. Isso foi há mais de três anos. Hoje o local comporta 50 canteiros e 25 agricultores urbanos.

O manejo de Clarice com a terra lhe trouxe qualidade de vida e novos amigos. Natural de Fernandópolis (SP) e moradora do Jardim Padre Anchieta há mais de 40 anos, ela conta que tem enorme prazer em todas as tardes cuidar da horta. “Todos os dias, das 15h às 18h, eu mexo nos meus canteiros e faço venda de verduras e temperos quando há pedidos. Mesmo em tempo de pandemia, eu coloco máscara, luvas, botas e meu chapéu e vou pra lá. Aí encontro com os outros agricultores, conversamos e nem vejo o tempo passar. Essa horta tirou muitas pessoas e aposentados do desânimo. Até meu marido Natal, depois que se aposentou, também veio me ajudar a manter os canteiros”, ressalta.

Sobre o valor conseguido nas vendas das verduras Clarice diz que consegue tirar mais de 500 reais por mês. “Dá para comprar coisas para casa e para mim e isso já é um reforço no orçamento”, afirma. A procura maior dos orgânicos é por alface, couve, coentro e cebolinha. Das ervas, a mais pedida é o capim-santo e a erva-cidreira. “Com essa pandemia, a venda até aumentou. As pessoas estão fugindo da aglomeração. Vem gente do bairro e, também, funcionários que trabalham nas empresas próximas. Teve dia de tiramos mais de 50 maços de verduras e temperos”, explica a agricultora.

Pés de frutas - A união de Clarice com outros moradores do bairro fez a atenção deles voltarem para outro local, um bico de rua, ao lado da horta, e que há algum tempo também vem sendo cuidado pelo grupo. Antes ponto de descarte de lixo, o terreno recebeu pés de frutas como amora, jabuticaba, mexerica, limão, abacate, acerola, goiaba. “Hoje, o local virou lugar de encontro e muitos passarinhos voltaram atraídos pelas frutas. Aos domingos, o pessoal vem prosear aqui. Tem um pé de boldo que plantamos, que todo o pessoal do bairro vem buscar folhas para fazer chá”, conta a moradora.

Outra participante do programa municipal Agricultura Urbana é Benedita Olímpia da Silva. Também com o marido, o aposentado Manuel, ela cuida de oito canteiros na Horta Comunitária do Jardim Takebe e todos os dias da semana, das 9h30 até às 12h, permanece no local cuidando do plantio. A alagoana conta que além de tirar um dinheiro extra com a venda dos orgânicos, entrar para o programa a tirou da depressão e ainda lhe garante alimentos saudáveis em casa e na de seus familiares.  “Há 10 anos, quando comecei a cuidar das verduras, eu era depressiva e ansiosa. Hoje tenho saúde e estar em contato com os meus canteiros me faz muito bem”, frisa.

Benedita gosta muito de mexer com plantas e não consegue ficar parada. Por isso, além das vendas na horta ela também realiza entregas pelo Jardim Takebe.  “Para mim, é gratificante esse trabalho. Vou a pé fazer as entregar das verduras. Com o dinheiro que consigo, vou ao cabelereiro, faço compras pra mim e ainda dá para passear”, ressalta.

Formado por 49 hortas comunitárias, sendo 25 nos bairros, 11 em unidades educacionais, 4 em instituições e 9 ocupacionais, a ação Agricultura Urbana é um  programa mantido com verba municipal.  Atualmente, dos 1.350 canteiros implantados no projeto, 1.158 estão sob cuidados de grupos de moradores, num total de 465 pessoas. A área pública ocupada pelos canteiros é de 25.905 metros quadrados.

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