Ario Borges Nunes Jr. é um verdadeiro gênio da psicanálise. Em entrevista exclusiva à Folha do ABC, contou sobre o seu trabalho e as cinco obras de sua autoria. Possui vinte e oito anos de experiência clínica em psicanálise e realiza atendimentos nos seus dois consultórios: em Santo André e no Campo Belo, em São Paulo.

Em 2001, defendeu a tese de dou-torado, no Instituto de Psicologia da USP, na qual estabeleceu uma articulação entre alguns conceitos da psicanálise e a experiência mística, a partir de escritos de alguns místicos barrocos. Desse estudo teve origem o livro “Êxtase e clausura: sujeito místico, psicanálise e estética” (São Paulo: Sapesp/Annablume, 2005).

Em 2007, Ario começou novos estudos, desta vez, na área do direito canônico: “para ter uma compreensão da experiência mística ‘desde dentro’, isto é, entendê-la a partir do universo conceitual, no qual ela é definida, e assim propiciar uma articulação mais robusta com a psicanálise”, ponderou o autor . Do doutorado em direito canônico, resultaram dois livros: “Relíquia: o destino do corpo na tradição cristã” (São Paulo: Paulus, 2013) e “Fenômeno místico: caracterização e estudos de casos” (Campinas: Ecclesiae, 2015).

Como não para, Ario, em 2014, iniciou o pós-doutorado em Ciência da Religião na PUC-SP, com o projeto: “Abordagem psicanalítica da estigmatização somática”, que também está virando livro, sob o título “Os estigmas místicos e a psicanálise: um diálogo”, a ser publicado em novembro próximo.

Como se isso tudo não bastasse, Ario organizou e foi um dos curadores de exposição “Relíquia: transcendência do corpo, no Museu de Arte Sacra de São Paulo e redigiu o respectivo catálogo. Recentemente, escreveu, também, a biografia de uma freira enclausurada: “Arquitetura de uma monja”. Trata-se da , fundadora do mosteiro Carmelo do Imaculado Coração de Maria, em Cotia (SP). O lançamento oficial acontecerá na sexta, 5 de outubro, das 16h às 21h, no auditório do Hospital Santa Catarina, em São Paulo, Av. Paulista, 200.

Pretende escrever, ainda, sobre temas contemporâneos, como a questão da violência, dos gêneros, das minorias, dentre outras. Ele acredita que a intensa dedicação ao estudo e o exercício da escrita ajudam a afinar a escuta psicanalítica, ou seja, a sempre melhorar a qualidade do atendimento clínico.