A Diocese de Santo André irá celebrar 65 anos, nesta segunda (22). Para comemorar a data, haverá comemorações nas dez regiões pastorais, sendo o principal evento, a missa na Catedral Nossa Senhora do Carmo. Além disso, o bispo irá lançar sua 12ª obra, intitulada de ‘Palavras ao Coração’. Confira a entrevista exclusiva sobre as celebrações e também um panorama do catolicismo no ABC.

Folha do ABC- A Diocese de Santo André completa 65 anos, na segunda (22). Ao longo dessas décadas, quais os principais desafios e conquistas?

Dom Pedro Carlos Cipollini - A Diocese de Santo André nasceu no início da industrialização do Grande ABC (1954). Foi criada pelo papa Pio XII, desmembrada da Arquidiocese de São Paulo. Era um contexto de grande euforia, desenvolvimentismo mas também de muitos problemas sociais. Com a escolha do ABC, mais propriamente Santo André e São Bernardo para o polo industrial automobilístico, para cá vieram imigrantes de todo Brasil, principalmente de áreas mais pobres do país. A Igreja com seu primeiro bispo, Dom Jorge Marcos de Oliveira, iniciou sua caminhada como Diocese desenvolvendo uma Evangelização promotora da fé e da dignidade humana. Após o Concílio Vaticano II (1962-1965), do qual participou Dom Jorge, implementaram-se e dinamizaram-se as pastorais em todos os níveis. A Diocese de Santo André se tornou conhecida por seu protagonismo evangelizador e por sua população solidária, na sua maioria então católica.

Folha - Qual o número estimado de católicos na região do ABC? Como a Igreja Católica e a Diocese trabalham para combater a evasão para outras ‘religiões’ ou para ateísmo? E até mesmo o secularismo, presente cada vez mais?

Dom Pedro - A Diocese de Santo André realizou um Sínodo Diocesano (2017-2018). Em preparação para o mesmo, encomendou uma pesquisa cujo resultado surpreendeu. Somente 46,7% da população se declara católica; existem muitos cristãos evangélicos, cristãos sem nenhuma Igreja, outros se declaram sem religião, mas acreditam em Deus e ainda uma parcela de ateus. O secularismo avança no mundo todo e seus sinais são o relativismo moral, a economia sem solidariedade e as injustiças que daí decorrem. Todas as denominações cristãs, também as evangélicas, tem muitas desistências. A Diocese o que faz? Prega o Evangelho como Jesus ensinou: “ide pelo mundo pregai o Evangelho a toda criatura”. Nossas igrejas estão cheias e não faltam fieis. A Diocese com os padres e os agentes de pastoral desenvolvem um trabalho enorme e exigente. Confiamos na força da Palavra de Deus, na Eucaristia celebrada como Jesus ordenou e no poder de Cristo ao qual pertence a Igreja que é servidora do Reino de Deus.

Folha - Para comemorar os 65 anos, além da missa a ser celebrada na segunda (22), na Catedral Nossa Senhora do Carmo, haverá outras ações? Quais?

Dom Pedro - As comemorações se estendem por toda a Diocese. Haverá missa comemorativa em cada Região Pastoral (nossa Diocese possui 10 (dez) Regiões Pastorais). Estes eventos programados para o dia 22 de julho, cujo principal é a missa na Catedral Nossa Senhora do Carmo, em Santo André; que é a igreja mais importante da Diocese. Também até o fim do ano está em andamento a reorganização dos limites geográficos das 105 paróquias da Diocese e a produção de um livro com a memória histórica da caminhada da Diocese.

Folha - A V. Revma também lançará o livro ‘Palavras ao Coração’, com artigos que registra seus anos à frente da Diocese de Santo André. Trata-se de sua 12ª obra. Poderia nos contar um pouco mais sobre essa obra?

Dom Pedro - A obra que está sendo publicada é uma iniciativa do jornalista Humberto Pastore, ao qual agradeço imensamente. Como membro da equipe de comunicadores a serviço da Diocese, ele tomou conhecimento em primeira mão destes artigos publicados neste livro. Já estou na Diocese a quatro anos (completados este mês de julho. Agradeço a Deus por esta possibilidade de multiplicar meu apostolado, minha missão de evangelizar através da escrita. Também agradeço a “Folha do ABC” que sempre me deu atenção com a costumeira gentileza e acolhida.