O número de matrículas em cursos de ensino superior no País chegou a 8,2 milhões em 2021. O número representa uma queda de 5,4% em relação a 2020. A baixa foi registrada principalmente em universidades particulares, que representam 75% do setor e teve perda de 7,1% dos alunos em 2021. Nas faculdades públicas, o número se manteve estável, com 1,9 milhão matrículas, segundo estimativas do Instituto Semesp. De acordo com o diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, por ano, cerca de 800 mil jovens terminam o ensino médio, mas não ingressam no ensino superior. 

A pandemia agravou a situação do jovem que por diversos fatores acaba desistindo de ingressar no curso superior. Questões financeiras, ingresso precoce no mercado de trabalho, perda de vínculo com os estudos, após problemas com o ensino remoto, redução no número de bolsas dos programas como o Prouni e Sisue aumento dos casos de depressão e ansiedade são algumas adversidades enfrentadas pelas jovens, que acabam optando por não cursarem o ensino superior. Em 2021, o Enem, exame essencial para o acesso ao ensino superior, registrou o menor número de inscritos desde 2005. Segundo dados do Instituto Semesp, na 11ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, dos jovens de 18 a 24 anos, apenas 18,1% está matriculado no ensino superior e somente 17,4% das pessoas de 25 anos ou mais concluíram um curso.

EAD e cursos de psicologia

O País registra alta da procura por cursos EAD. No setor privado, há dois anos consecutivos, o volume de ingressantes em EAD é superior aos dos calouros presenciais. Hoje, 98% dos cursos à distância estão concentrados em universidades particulares.  Outra peculiaridade da atual situação do brasileiro é o aumento da procura por cursos ligados à saúde, acentuada durante a pandemia. Segundo Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, antes, com o crescimento econômico, a procura era por cursos de engenharias. Hoje, a demanda é pela psicologia. Mas não por uma questão vocacional e, sim por conflitos e demandas pessoais dos jovens, revela o executivo.

Foto: UFRJ