25 Apr 2024


A desenfreada alta do dólar

Publicado em Editorial
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Na semana que passou, a moeda americana teve mais um aumento e chegou a ser vendida acima dos R$ 4. A alta do dólar reflete o cenário de incertezas políticas e econômicas do Brasil, somado à acontecimentos externos como a crise cambial na Turquia e a expectativa sobre os juros dos Estados Unidos. Na terça (21), o dólar turismo fechou a R$ 4,20 e para o consumidor final, o valor chegou à R$ 4,50 nos cartões pré-pagos, incluindo o IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras). Só neste ano, a moeda americana já acumula alta de 23,8%. Segundo especialistas, é esperada piores cotações, chegando à R$ 5, dependendo do que será definido para o segundo turno das eleições. Este cenário faz crescer a desconfiança e a percepção de risco dos investidores internacionais em relação ao Brasil. Entre os países da América Latina, o risco do Brasil só subiu menos que o da Argentina. Uma possível disputa entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) no 2º turno das eleições, deve piorar ainda mais a situação e afastar o dólar do patamar de R$3. Essa alta do dólar às vésperas das eleições não é inédita no Brasil. Em 2002, em meio à crise na campanha que elegeu Lula Presidente da República, a moeda americana chegou a valer, em 10 de outubro de 2002, R$ 4,0538. Na ocasião, o Banco Central elevou os juros e subiu a taxa Selic de 18% para 26,5%. Agora, é esperado o risco de o Banco Central voltar a elevar a taxa, que opera hoje à 6,5%. Para nós brasileiros, o que nos resta é esperar para que o presidente eleito ofereça solução para o grande déficit fiscal, que se não for controlado, ficará insustentável. Enquanto isso, podemos esperar alta nos preços de alguns produtos que utilizam matéria prima importada, como o pão francês, biscoitos, bolos, macarrão, cuja matéria prima é o trigo, que, em alguns casos, vem de outros países. Bacalhau, azeites importados, vinhos e café também podem ter preços afetados. Os preços dos remédios também podem subir, pois boa parte dos medicamentos é importada ou utiliza componentes que vem de outros países. Não só isso, brasileiros que gostam de viajar para os Estados Unidos terão de arcar com passagens aéreas mais caras e quadriplicar os preços dos produtos estrangeiros.  Não tem como não ter saudades de 2010, com dólar comercial cotado à R$ 1,666.

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