23 Apr 2024

Publicado em Editorial
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O banco holandês Rabobank, na última semana, apontou uma data para a nova recessão: a partir de maio de 2020. Também durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, foram apresentados estudos que apontam crescente risco de uma recessão nos Estados Unidos, o que contaminaria o resto da economia global.
Em sua avaliação de risco, o Fórum constatou maior volatilidade nos mercados financeiros e intensificação dos ventos contrários na economia.  O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma gradual desaceleração nos próximos anos. O motivo seria o esfriamento de economias avançadas: projeções de crescimento menor na China, de 6,8% em 2018, para 6,2% neste ano e 5,8% para 2022; a Europa mais frágil, com a Itália e a Alemanha a beira de uma recessão e os EUA, com fortes rachaduras no mercado imobiliário. O temor ainda ganha força com uma enorme dívida global acumulada, agora de 225% do PIB, bem mais elevada do que antes da crise financeira de 2008.
Segundo a Capital Economics, a desaceleração global deve ser impulsionada, principalmente, pelos Estados Unidos, devido a combinação de aumento dos juros e dissipação dos efeitos dos estímulos fiscais do governo do presidente Donald Trump, que pesarão na economia. Em nota do Rabobank, assinada pelo economista sênior para os EUA, Philip Marey, a curva de rendimento aponta crescentemente para 2020 como o ano da próxima recessão.
Já no Brasil, em início de governo do presidente Jair Bolsonaro, os mercados reagem bem e com tranquilidade às primeiras semanas. Mas, essa calmaria, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, definiu em seu discurso de posse é a “sombra de uma falsa tranquilidade, que é uma tranquilidade à sombra da estagnação econômica”.
O País carrega um déficit próximo de 7% do PIB e uma dívida de quase 80% do PIB. Ou seja, temos uma situação fiscal totalmente fora do prumo, que se explicita quando vemos outros indicadores econômicos, de 2018, como a taxa de desemprego no Brasil, de 12,3%, atingindo 12,9 milhões de pessoas; o número de pessoas jurídicas registradas como inadimplentes, que em março último, inflou 8,92%, na comparação com o mesmo mês de 2017, de acordo com dados apurados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O Brasil, sob o comando de um governo liberal, de direita, pode voltar a atrair o apetite dos investidores internacionais. Mas, ao recordar índices do ano anterior, o país caiu, no primeiro semestre de 2018, do 6º para o 9º lugar entre os principais destinos de investimentos. De janeiro a junho, foram enviados para cá US$ 25,5 bilhões, uma queda de 22% ante os US$ 32,6 bilhões do mesmo período de 2017, e, de uma forma global, os investimentos no mundo sofreram uma queda de 41% nos seis primeiros meses de 2018, atingindo o ponto mais baixo em mais de uma década.
Portanto, será que podemos realmente contar com esses possíveis e promissores investimentos estrangeiros para “salvar” a economia do País? Seriam eles suficientes para poupar o Brasil dos estragos da próxima crise econômica que se aproxima?

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