20 Apr 2024

Publicado em Editorial
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Jair Bolsonaro completou, na última semana, 100 dias como presidente da República. A “lua de mel”, jargão político para designar esse período de começo de governo, no qual erros e defeitos são relevados e perdoados pelos eleitores; se encerrou, sem tanta paixão.
Segundo pesquisa do Datafolha, Bolsonaro, que foi eleito com quase 58 milhões de votos, recebeu a pior avaliação após três meses de governo entre os presidentes eleitos para um primeiro mandato desde 1988. Cerca de um terço dos brasileiros (30%) considera o governo de Bolsonaro ruim ou péssimo. Outra pesquisa, agora da Ideia Biga Data, que realizou estudo a pedido da revista Veja, apontou que, entre janeiro e março, a parcela dos brasileiros que avaliavam o governo como ótimo ou bom encolheu de 50% para 38%. Também houve aumento no número de eleitores que consideram o governo regular e passaram a classificá-lo como ruim ou péssimo, de 22% para 27%. Estima-se, então, que 15 milhões de pessoas que votaram no Bolsonaro deixaram de avaliar o governo de maneira positiva.
Pesquisa Ibope também registrou número semelhantes. De janeiro a março deste ano, a parcela da população que considera o governo de Bolsonaro ótimo ou bom caiu de 49% para 34%, queda de 15 pontos percentuais. De acordo com o levantamento, 24% dizem que o governo é ruim ou péssimo. Outros 34% consideram que é regular, e 8% não souberam avaliar.
Ainda é muito cedo para avaliar o governo, com apenas 100 dias de gestão, mas, verifica-se que a perda de popularidade do atual governo deve-se as frustrações de expectativas de campanhas como combate à corrupção e ao petismo, reforma conservadora dos costumes, segurança pública, etc. O antipetismo que foi um grande aliado para vencer as eleições, não teve nenhuma utilidade no quesito governabilidade. E a Reforma da Previdência, que pouco figurou na campanha e não é uma marca pessoal do presidente, acabou desgastando o governo, sem sequer ser ainda aprovada, pois se tornando a prioridade central.
Além disso, o ativismo em rede social, apesar de manter mobilizada e unida as bases do bolsonarismo, não geram consenso na população. Geram polêmicas, explicações e também desgastam a imagem do governo. Como, por exemplo, o episódio do Carnaval, o infeliz golden shower, que o presidente compartilhou no Twitter, e toda repercussão, inclusive internacional, que o fato gerou. Ou ainda as discussões, nas redes sociais, envolvendo os filhos do presidente e ministros do governo.
No Congresso, essa preferência do presidente pela internet, rendeu apelidos como “governo bitcoin, o que tem muito capital político, mas, não consegue concretizar ideias”, ou ainda classificações ao governo, como a do deputado Rodrigo Maia (DEM) de “deserto de ideias”.
Fora isso, ainda houve episódios bastante antipopulares, como o da comemoração dos 55 anos do golpe militar, e o decreto do fim do horário de verão.
O momento econômico brasileiro é altamente crítico. O País possui alto índice de desemprego, com 12,4% da população economicamente ativa, ou seja, 13 milhões de desempregados. E uma nova recessão internacional, com data já anunciada para começar, maio de 2020, segundo o banco holandês Rabobank, com a desaceleração das economias avançadas.
Portanto, a ninguém interessa um governo fraco. De nada adianta comemorar o possível fracasso do início de governo ou criticar o presidente Bolsonaro. Estamos todos dentro de um mesmo trem, chamado Brasil, que se descarrilhar, seremos todos atingidos, seja qual for o partido. O Brasil precisa de união, para voltar ao trilho do crescimento.

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