19 Apr 2024


E agora, a economia engrena?

Publicado em Editorial
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Apesar da Bolsa de Valores viver um momento de euforia no País, com alta de 15%, em média, após a aprovação da Reforma da Previdência, em primeiro turno, ainda paira uma grande dúvida: quando a economia vai engrenar?
O Banco Central divulgou, recentemente, o primeiro crescimento mensal do ano pelo Índice de Atividade Econômica, que é considerado pelos especialistas uma prévia do resultado do PIB. Houve crescimento de 0,54% em maio, no entanto, ainda é insuficiente para recuperar as quedas, que somam 1% no acumulado dos cinco primeiros meses. A estimativa de crescimento do PIB de 2019, que já caiu 20 vezes seguidas, é estimada em 0,81%. A previsão de aumento de geração de riqueza no ano anda abaixo de 1%, enquanto a taxa de desocupação dos brasileiros, considerando desempregados, subutilizados e desalentados, é de 25%.
O País ainda vai demorar para recuperar o fôlego que tinha antes da crise econômica. Segundo o índice Itaú para a atividade econômica, que reúne empregos formais, comércio, indústria e agricultura, somente as regiões Centro-Oeste e Sul retomaram, no primeiro trimestre de 2019, o ritmo da economia pré-crise, de março de 2014, quando começou a queda do PIB. E ainda, de maneira tímida, pois o Sul ficou com 0,25% abaixo dos índices de 2014.
Já o Sudeste, sofre com o desempenho de Minas Gerais e Rio de Janeiro, que lidera o fechamento de empregos formais (de cada 100 postos de trabalho com carteira assinada que o Estado concentrava há cinco anos, 13 foram fechados até março de 2019) e está entre as economias mais frágeis do País. E São Paulo, que teve desempenho abaixo da média nacional, sente os reflexos da crise que atingiu a indústria, indicador que obteve a pior performance.
Os dados do Itaú mostram ainda que, em todo o Brasil, o emprego vem se recuperando de maneira mais lenta que a economia. A taxa de desemprego média no País cresceu nos cinco anos entre o primeiro trimestre de 2014 e março de 2019, conforme o Itaú, que considera apenas as vagas formais, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Ca-ged). A região com os menores índices de desemprego é o Sul, com três Estados com taxa abaixo de 10%: Paraná (8,9%); Santa Catarina (7,2%) e Rio Grande do Sul (8%). E segundo o IBGE, a taxa de desocupação ficou superior a 15%, no Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Pernambuco, Roraima, Rio de Janeiro e Sergipe.
Outro grande problemão que teremos que solucionar pela frente, com a possível Reforma Tributária a caminho, é a alta carga de impostos. O País já bateu recorde histórico e atingiu 35,07% do PIB em 2018, o equivalente a R$ 2,39 trilhões. Em 2018, cada brasileiro recolheu em média R$ 11.494 em impostos e precisou trabalhar 128 dias só para quitar o compromisso com o Fisco.
Neste ano, o ‘Impostômetro’ da Associação Comercial de São Paulo já passou da marca de R$ 1,44 trilhão. Desse valor, cerca de R$ 915,245 bilhões correspondem a tributos federais, R$ 391,550 bilhões a tributos estaduais e R$ 93,204 bilhões a tributos municipais
O montante foi atingido 12 dias antes do que no ano passado, indicando que a sociedade está pagando mais tributos aos governos municipais, estaduais e federal. Na comparação com 2018 o aumento nominal foi de 5,72% e o aumento real (descontando-se a inflação) foi de 2,38%.
Portanto, é esperado que possamos deixar, em breve, de ocupar essa posição de “Ingana”, como diria o ex-ministro Antonio Delfim Netto, ou seja, o Brasil, da forma que cobra impostos, tem de um lado a Inglaterra e do outro, pelos serviços que presta, Gana.

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