16 Apr 2024


Veículos elétricos no ABC?

Publicado em Editorial
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Os carros elétricos já são uma realidade no Brasil. Apesar de ainda representarem 0,005% dos 92 milhões de veículos que circulam no país, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o Brasil possui o maior corredor elétrico da América Latina, superando o de cerca de 300 km existente no Uruguai. Trata-se de um corredor com postos de recarga elétrica na Rodovia Presidente Dutra, ligando São Paulo ao Rio de Janeiro. Os equipamentos de carregamento rápido estão instalados em 6 postos ao longo de 430 km, com uma distância máxima de 122 km entre cada um, ligando as duas capitais.
Além disso, há os veículos autônomos, que já fazem parte de um futuro próximo. E segundo a SAE Internacional, a Sociedade de Engenharia Automotiva, embora a tecnologia venha sendo desenvolvida com rapidez, estamos ainda longe de circular pelas ruas com um carro totalmente autônomo. Estimativas apontam para o ano de 2025 o momento em que o carro poderá fazer tudo sozinho.  
Porém, o ABC, definitivamente não está e não estará preparado para nada disso. A indústria automobilística, que já foi a mola propulsora do desenvolvimento econômico da região, ainda continua a nortear os passos do nosso futuro.
Só neste ano, ficou evidente a forte dependência do ABC em relação às montadoras. Em janeiro, a GM ameaçou fechar sua fábrica em São Caetano, com 8,5 mil postos de trabalho. A notícia chegou como bomba na cidade. Após quase dois meses de negociações, a montadora decidiu continuar no município, pois obteve o benefício fiscal. O mesmo não aconteceu com a Ford, que surpreendeu a todos com o encerramento das atividades na unidade industrial de São Bernardo, anunciando a demissão de até 7 mil funcionários. Recentemente, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, teve que recorrer ao presidente da General Motors (GM) na América do Sul, Carlos Zarlenga, para, firmar compromisso para contratação preferencial de funcionários da fábrica da Ford de São Bernardo. O anúncio foi realizado após diversas tentativas, sem sucesso, de vender, junto ao governador João Doria, o parque fabril da montadora.
Então, com essa dependência econômica, como o ABC irá se inserir nas, já não novas, mas, atuais tecnologias?
O custo operacional dos veículos elétricos é o que mais seduz os seus usuários. Para “encher o tanque”, ou seja, recarregar um veículo elétrico, o custo gira em torno de R$ 3 a R$ 5, dependendo do preço da energia na localidade. Para um veículo a gasolina, os valores podem passar dos R$ 200. Outro ponto importante é o custo da manutenção ser muito menor: enquanto um carro a combustão tem cerca de 2.000 peças móveis, um carro elétrico tem apenas 20. Considerado todos esses fatores, hoje em dia, o custo por quilômetro quadrado de um automóvel elétrico já é muito menor que o do automóvel a combustão, sem falar nas questões de melhora da poluição do ar, fruto de problemas de saúde para mais de 40% da população brasileira. Mas, para haver essa transição rumo à produção de veículo elétrico, por exemplo, não só deixarão de existir milhares de empregos, mas, muitas fábricas de autopeças ligadas às montadoras irão se extinguir.
Portanto, será que haverá interesse e empenho público em avançar com essas tecnologias, efetivamente, no ABC? Temos uma chance única e precisamos agarrá-la, ou teremos que arcar com as consequências do atraso.

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