Insatisfeito ainda com esse poderio, o presidente da CBF indicou, meses atrás, seu amigo Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo e sócio de J. Hawilla nas placas de propaganda colocadas nos jogos da Seleção Brasileira, para disputar a presidência do Clube dos 13, constituído pelos principais clubes brasileiros para negociar a venda para a TV dos jogos do campeonato brasileiro de futebol. Para essa empreitada contou com o apoio do presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, que foi vice de Kleber. Não deu certo, pois o São Paulo liderou forte apoio ao presidente Fabio Koff, que foi reeleito.
O troco chegou dias depois. Como coordenador principal da organização da Copa do Mundo de 2014, eliminou o estádio do Morumbi, do São Paulo, para ser utilizado como subsede do mundial. Ao mesmo tempo, escolheu o futuro estádio do Corinthians, a ser construído em Itaquera, para subsede de São Paulo. Agora, pretende ajudar a Globo a renovar seu contrato com o Clube dos 13 para os próximos campeonatos brasileiros de futebol, pois outros canais podem derrubá-la na licitação a ser efetivada em março próximo. Para isso, “orientou” o presidente do Corinthians, que presidiu a delegação brasileira no Mundial da África, a deixar o Clube dos 13 e firmar contrato em separado com a Globo. Fez a mesma coisa com o Flamengo, para isso reconheceu o quinto título nacional do clube e demais clubes do Rio também deixaram o C13. Assim, quer esvaziar o C13 e dificultar as coisas para a TV Record, que já tirou a Globo dos Jogos Olímpicos.
O poder do presidente da CBF vai mais além. Se a mídia e outras entidades não tomassem posição contrária, todo o lucro da organização da Copa do Mundo de 2014 ficaria com a CBF (ou com o próprio?), segundo matéria publicada semanas atrás nos jornais. Fora isso, como presidente da CBF, há mais de duas décadas, perdeu mais Copas do Mundo do que ganhou. É isso aí.