18 Apr 2024

Publicado em Editorial
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A CBF e seu ditador

No segundo mandato do ex-presidente FHC, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, estava envolvido numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Federal. Os depoimentos das testemunhas, em sua maioria, não eram favoráveis ao presidente da CBF. A situação engrossou, quando o Super Sarney, perdão, senador José Sarney, o “todo-poderoso” nos bastidores de Brasília, foi em socorro ao presidente da CBF. Deu no que deu. A CPI foi esvaziada e a conta chegou dias depois. O filho de Sarney, o mesmo que censurou O Estado de São Paulo, ficou com uma das vice-presidências da CBF e a seleção brasileira foi obrigada a realizar um jogo amistoso no Maranhão, sem nenhum custo ao Estado dominado pela família Sarney. Com essa costa quente em Brasília, o presidente da CBF sentiu firmeza para vôos mais altos. Conseguiu trazer a Copa do Mundo de 2014 para o Brasil, sem a necessidade de ter o mesmo aparato bélico internacional que o Rio de Janeiro montou para trazer os Jogos Olímpicos para o Rio em 2016. Depois disso, com muita perspicácia e esperteza, fez da CBF uma impressionante fonte arrecadadora de contratos de patrocínio com o auxílio da Traffic, comandada pelo jornalista J. Hawilla (ex-Globo), dono de jornais (Bom Dia e Diário de São Paulo) e emissoras de TV, no interior do Estado, afiliadas à Rede Globo.

 

 

  Insatisfeito ainda com esse poderio, o presidente da CBF indicou, meses atrás, seu amigo Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo e sócio de J. Hawilla nas placas de propaganda colocadas nos jogos da Seleção Brasileira, para disputar a presidência do Clube dos 13, constituído pelos principais clubes brasileiros para negociar a venda para a TV dos jogos do campeonato brasileiro de futebol. Para essa empreitada contou com o apoio do presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, que foi vice de Kleber.  Não deu certo, pois o São Paulo liderou forte apoio ao presidente Fabio Koff, que foi reeleito.

O troco chegou dias depois. Como coordenador principal da organização da Copa do Mundo de 2014, eliminou o estádio do Morumbi, do São Paulo, para ser utilizado como subsede do mundial. Ao mesmo tempo, escolheu o futuro estádio do Corinthians, a ser construído em Itaquera, para subsede de São Paulo. Agora, pretende ajudar a Globo a renovar seu contrato com o Clube dos 13 para os próximos campeonatos brasileiros de futebol, pois outros canais podem derrubá-la na licitação a ser efetivada em março próximo. Para isso, “orientou” o presidente do Corinthians, que presidiu a delegação brasileira no Mundial da África, a deixar o Clube dos 13 e firmar contrato em separado com a Globo. Fez a mesma coisa com o Flamengo, para isso reconheceu o quinto título nacional do clube e demais clubes do Rio também deixaram o C13. Assim, quer esvaziar o C13 e dificultar as coisas para a TV Record, que já tirou a Globo dos Jogos Olímpicos.
O poder do presidente da CBF vai mais além. Se a mídia e outras entidades não tomassem posição contrária, todo o lucro da organização da Copa do Mundo de 2014 ficaria com a CBF (ou com o próprio?), segundo matéria publicada semanas atrás nos jornais. Fora isso, como presidente da CBF, há mais de duas décadas, perdeu mais Copas do Mundo do que ganhou. É isso aí.

Última modificação em Segunda, 28 Fevereiro 2011 10:31
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