24 Apr 2024


Clubes contra condomínios e academias

Publicado em Editorial
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Clubes contra condomínios e academias

Os prédios, os condomínios e as academias estão provocando uma onde de fechamento de clubes, alguns até tradicionais em suas cidades. Em Bauru, o lendário BAC (Bauru Atlético Clube), no qual o rei Pelé iniciou sua carreira futebolística, não existe mais, pois no local funciona um supermercado. O tradicional clube da Rua da Moóca, na Capital, o Juventus Atlético Clube, em seus dias de glórias, chegou a ter mais 130 mil sócios na década de 1980 e com o passar dos anos perdeu 100 mil sócios. Matéria publicada no Estadão, domingo 1º de Maio, revela que “clubes importantes, que fizeram história, estão fechando as portas por causa da fuga cada vez maior de sócios e dívidas praticamente inegociáveis”.

Num levantamento do Sindicato de Clubes do Estado de São Paulo (SindiClube), mais de dez clubes fecharam as portas nos últimos anos. Segundo a matéria, “a decadência coincide com a construção de prédios com amplas áreas de lazer – na capital, os próprios clubes hoje estão sendo assediados pelo mercado imobiliário, que sonha construir suas torres nos poucos terrenos vagos. Muitas pessoas também têm optado por fazer musculação ou pilates em academias, em vez de jogar pólo aquático ou bocha com amigos nos clubes”.
No ABC, de um modo geral, os clubes mais fortes continuam resistindo ao cerco das grandes construtoras da capital que estão construindo dezenas de torres em todo ABC. Só que existe uma diferença fundamental entre a nossa região e a Capital. Lá a sofisticação chegou às construções de empreendimentos imobiliários, que possuem quadras, piscinas, academias e churrasqueiras. As torres em construção no ABC, de um modo geral, têm pouco espaço destinado ao lazer. Um exemplo disso é o que acontece no terreno que pertencia à Tecelagem Tognato. Estão construindo 12 torres, metade residencial e a outra metade comercial. Cada torre tem, em média, 28 andares com quatro ou mais apartamentos por andar, ou então dezenas de salas comerciais. Com algumas torres já erguidas, percebe-se que não sobrou nenhum espaço ao lazer. Quer dizer, quem passa pelo local sente que é uma favela sofisticada, pois todo terreno foi aproveitado na construção.
Assim, quem ganha pela falta de área de lazer nos prédios construídos e em construção por empresas da capital no ABC são os clubes locais, que funcionam com centenas de sócios que marcam presença diariamente para usar a academia, praticar natação, banho de sauna, etc. Ainda bem.

 

Última modificação em Sexta, 06 Maio 2011 10:35
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