Evidentemente, a mudança para o PSB provocou uma profunda sacodida na sucessão presidencial porque uniu dois pré-candidatos em uma chapa, reforçando principalmente a posição de Campos, que, nas últimas pesquisas eleitorais tinha apenas 8% dos votos, contra 15% de Aécio Neves (PSDB), 26% de Marina e 35% da atual presidente Dilma Rousseff. Não se sabe ainda como ficará a posição dos três candidatos restantes na próxima pesquisa, porém se esse jogo político fosse uma simples soma o candidato do PSB ficaria com 34% contra 35% de Dilma. Mas, isso é apenas uma posição sem base nenhuma. Para surpresa de muitos políticos, isso até poderia acontecer. Mas, o que ficou por detrás de tudo isso foi a manobra realizada para impedir o registro oficial da Rede. Segundo editorial publicado pelo Estadão, edição de sábado (5), sob o título “A Rede recolhida”, tem o trecho seguinte: “o elevado número de firmas descartadas pelos cartórios, sem explicações que todo servidor público deve à sociedade por seus atos, é no mínimo estranho. Excesso de zelo na conferência das assinaturas e no cotejo dos registros eleitorais podem explicar uma parte das recusas. O vezo pavloviano dos burocratas de preferir o não ao sim diante de um petição pode explicar a outra parte. Por fim, há suspeita de sabotagens. Na média nacional, os cartórios invalidaram perto de 24% das assinaturas. No Distrito Federal, o descarte foi de 32%. No ABC (...), a média ficou acima de 50%. Em duas zonas eleitorais de São Bernardo, por exemplo, a rejeição variou entre 72% e 78% do total apresentado”. Antes disso, dois partidos, Solidariedade e Pros, com os mesmos problemas, não encontraram nenhuma dificuldade para obter os registros.
Percebe-se, assim, porque alguns políticos conseguem dar nó em fumaça ou então, com diz o outro, tirar a meia sem tirar o sapato.