Quer dizer, não funcionou a frota de carros familiares e também de peruas nesses dois dias. Aleluia, o trânsito de veículos em Santo André e São Bernardo estava uma maravilha. Os enormes congestionamentos não aconteceram como nos dias em que as escolas funcionam. A melhora do trânsito permitiu diminuir o tempo entre uma ida às 8h da manhã de Santo André a São Bernardo de quase uma hora para 20 minutos. O trânsito estava perfeito, pois não se ouvia buzinas tocando e nem no rush da tarde. Também dava para circular na área central sem muita perda de tempo. Sem a necessidade de ser um “expert” em trânsito urbano, dá para ter uma idéia do que realmente prejudica o tráfego de veículos nas cidades: intenso trânsito de veículos escolares e também de familiares que levam e buscam alunos nas portas do colégio. Outro problema é o intenso tráfego de caminhões pesados no período diurno, que o Consórcio Intermunicipal pretendia tirar das principais avenidas do ABC nos horários de picos, mas que ainda está encontrando dificuldade para colocar essa melhoria em operação. Qualquer pessoa, que esteve nas capitais européias e em Nova York, sabe muito bem que no horário diurno não se vê nenhum caminhão rodando pelas ruas e avenidas na área central. As entregas de materiais ao comércio são realizadas no período noturno, bem como os caminhões que levam cimento e materiais para os prédios em construção. Por aqui, nada disso funciona. No entanto, tempos atrás, publicamos uma novidade para melhorar o trânsito. Em São Paulo, os principais colégios (Dante Alighieri, Mackenzie, São Luiz e outros) estão melhorando o trânsito nas portas de suas escolas em parceria com o CET. No ABC, isso ainda é novidade, pois não há uma parceria entre o setor de trânsito das prefeituras com as escolas na área central. Nos anos passados, as autoridades municipais não conseguiram melhorar o trânsito em suas cidades. Agora, com novos prefeitos seria interessante que o Consórcio Intermunicipal, presidido pelo prefeito Luiz Marinho com mais seis prefeitos locais, conseguisse uma melhora no trânsito e, para isso, aguarda a liberação de verba federal para melhorar a mobilidade urbana. Por sinal, a Folha de São Paulo, dias atrás, realizou um Fórum de Mobilidade Urbana para a cidade de São Paulo. Uma coisa os pesquisadores, que participaram do evento, repetem: “não há solução se o carro for privilegiado e se as cidades continuarem a ser construídas para automóveis. Nunca se anunciou tanto investimento em transporte público”. O governo paulista vai investir R$ 45 bilhões no período de 2012 a 2015. Agora, seria interessante saber o que os prefeitos do ABC vão investir na melhora do transporte público nos próximos três anos e três meses. Será que vai melhorar no trânsito no ABC?