19 Apr 2024

Publicado em Editorial
Avalie este item
(0 votos)

A senadora Marta Suplicy (PT), dias atrás, em entrevista ao Estadão, soltou a bomba: “Ou o PT muda ou acaba”. Evidentemente, a senadora, ao se pronunciar, colocou parte de sua mágoa pelo fato de o partido ter apoiado a candidatura do atual prefeito de São Paulo, na eleição em 2012, e também pelo resultado das eleições de 2014, quando, no primeiro turno no Estado de São Paulo, Dilma Rousseff recebeu 26% dos votos contra 44% de Aécio e 25% de Marina. No segundo turno, a diferença aumentou ainda mais a favor de Aécio.

De acordo com o que foi publicado pelo Estadão, edição de domingo (18), “Marta enfureceu o PT com sua frase, porém, a necessidade urgente de mudança é quase unanimidade entre os dirigentes petistas, desde a eleição do ano passado, quando ficou claro internamente que o modelo criado há 35 anos está obsoleto”. O partido, por sua vez, vai realizar uma série de debates no aniversário de 35 anos do PT, a ser comemorado em 6 de fevereiro, em Belo Horiuzonte, e também no 5º Congresso Nacional do PT, em Salvador. São três os objetivos estratégicos: reaproximação aos movimentos sociais, flexibilização da estrutura partidária e, principalmente, pensar em medidas para recuperar a imagem do partido, desgastado por sucessivo escândalo de corrupção. Está previsto também, nas correções de rumos, que o PT vai recorrer a pessoas de fora para ajudar no processo de autocrítica. Assim, o diretório nacional vai permitir a participação de não filiados no Congresso.
Por outro, o caderno Aliás, no domingo (18), do Estadão, consultou quatro importantes intelectuais do País para avaliar se o PT, à beira dos 35 anos, está ou não numa encruzilhada? O professor da USP, José Arthur Gianotti, disse que “o partido se corrompeu infiltrando sua burocracia na burocracia estatal, com prejuízo das duas, e não tem perspectiva de como deve atuar no capitalismo contemporâneo”. Maria Celina D´Araujo, professora da PUC-RJ, enfatizou que: “não acho nem que muda nem acaba. Ficar 12 anos no poder e ir para 16 anos é mais que uma aventura: é uma trajetória vitoriosa”. Francisco Foot Hardman, professor da Unicamp, afirmou que “o PT passou a ser dependente de Lu-la, desse mito que se tornou uma liderança tradicional” e, finalmente, Jairo Nicolau, professor da UFRJ, disse que “o desafio do partido será quando perder a eleição presidencial, for para a oposição e decidir como defenderá seu legado político no governo”.
Percebe-se, assim, que o PT vai ter que repensar o modelo de 35 anos atrás se precisa ou não ser reformulado. Mas, dentro do PT, há petistas da gema que já perceberam a necessidade de mudança. Como exemplo temos os prefeitos Luiz Marinho, SãoBernardo, e Carlos Grana, Santo André. Marinho foi ministro e o responsável pela compra dos aviões caças suecos e Grana se relaciona bem na área petista e melhor ainda com pessoas de fora, para as quais sempre tem diálogo. Chegou a vez deles.

Última modificação em Quarta, 04 Fevereiro 2015 16:20
Folha Do ABC

A FOLHA DO ABC traz o melhor conteúdo noticioso, sempre colocando o ABC em 1º lugar. É o jornal de maior credibilidade da região
Nossa publicação traz uma cobertura completa de tudo o que acontece na região do ABCDM.

Mais nesta categoria: As sucessões no ABC »

Main Menu

Main Menu